Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
HORA P – HUMANIZAÇÃO OBSTÉTRICA REFLEXÕES E ASSISTÊNCIA AO PARTO
Roxana Knobel, Vitória Gregório, Michelle Cristhina da Rosa Zeferino, Pedro Docusse Junio, Mariana da Silva Roldi, Pollyana Plautz Gorris, Paola Baldessar, Lara Amaral, Eliana Amaral

Resumo


O Brasil tem uma das maiores taxas de cesarianas do mundo e, apesar da relevância, o assunto é pouco discutido no currículo dos cursos de saúde. Estudantes de medicina no final do curso consideram o parto normal a melhor via de parto para a população, mas uma proporção significativa prefere cesariana para o nascimento de seus filhos. Os acadêmicos são pouco instrumentalizados durante o curso a lidar com o processo natural de parturição, que pode ser longo e doloroso, resultando em profissionais pouco preparados para a informação e o atendimento ‘a população para o parto humanizado. O objetivo da experiência foi iniciar uma instrumentalização de estudantes de medicina e enfermagem para o cuidado humanizado durante o parto. Descrição da experiência – Foi criado um projeto de extensão para Sensibilização e Instrumentalização de Estudantes Universitários envolvidos no atendimento ao parto para o cuidado humanizado, com a participação de acadêmicos e professores de medicina e enfermagem. As atividades incluíam oficinas, nas quais se inicia com sensibilização (vídeo, vivência, dramatização), para posterior reflexão e propostas para atendimento/ mudanças de atitudes. Outra atividade desenvolvida foi capacitar os acadêmicos para participar de ações de promoção ‘a saúde referente ao cuidado obstétrico (principalmente incentivando o parto normal) para a população. As atividades foram inicialmente direcionadas para acadêmicos da 11a fase de medicina e da 5a fase de enfermagem, mas acabaram alcançando também alunos de outras fases. As oficinas foram direcionadas principalmente ao cuidado humanizado com o binômio mãe/bebê e ao controle/ re-significado da dor do parto. Efeitos alcançados A experiência vem cumprindo os objetivos de reflexão e instrumentalização para o cuidado humanizado. Os acadêmicos participantes e profissionais envolvidos referiram satisfação com as atividades e que as mesmas ajudaram a modificar sua visão de parto e nascimento. Recomendações A vivência de humanização no atendimento ao parto permite que os acadêmicos e futuros profissionais acreditem na possibilidade de um parto normal como uma alternativa saudável e possível. Recomenda-se que as discussões e instrumentalização devam também ser feitas com os profissionais da assistência hospitalar e da rede básica. Espera-se ter contribuído para formação de profissionais mais aptos a fornecer informações e cuidado humanizado para parturientes, recém nascidos e familiares.

Palavras-chave


medicina/educação; enfermagem/educação; parto; parto humanizado

Referências


Casate, J. C., & Corrêa, A. K. (2012). A humanização do cuidado na formação dos profissionais de saúde nos cursos de graduação. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 46(1), 219-226. doi:10.1590/S0080-62342012000100029

Dias, M. A. B. (2011). Humanização do parto: política pública, comportamento organizacional e ethos profissional. Cadernos de Saúde Pública, 27(5), 1042-1043. doi:10.1590/S0102-311X2011000500022

Ferreira Júnior, A. R., & Barros, N. F. de. (2012). A humanização do parto no cenário de disputas da obstetrícia. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 22(4), 1591-1593. doi:10.1590/S0103-73312012000400019

Hodnett Ellen. (2012). Continuity of carguivers for care during pregnancy and childbirth. Cochrane database of systematic reviews (Online), 11, 1-7. doi:10.1002/14651858.CD000062.pub3

Ministério da Saúde, B. (2012). DIRETRIZES GERAIS E OPERACIONAIS DA REDE CEGONHA. Portal da Saúde -. Retrieved September 23, 2012, from http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/visualizar_texto.cfm?idtxt=37082

Stoll, K., Fairbrother, N., Carty, E., Jordan, N., Miceli, C., Vostrcil, Y., & Willihnganz, L. (2009). “It’s all the rage these days”: University students’ attitudes toward vaginal and cesarean birth. Birth (Berkeley, Calif.), 36(2), 133-40. doi:10.1111/j.1523-536X.2009.00310.x

Tesser, C. D., Knobel, R., Rigon, T., & Bavaresco, G. Z. (2011). Os médicos e o excesso de cesáreas no Brasil [Physicians and the excess of cesarean sections in Brazil]. Saúde & Transformação Social / Health & Social Change, 2(1), 04-12. Retrieved from http://periodicos.incubadora.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/article/view/1088

VVictora, C. G., Aquino, E. M. L., do Carmo Leal, M., Monteiro, C. A., Barros, F. C., & Szwarcwald, C. L. (2011). Maternal and child health in Brazil: progress and challenges. Lancet, 377(9780), 1863-76. Elsevier Ltd. doi:10.1016/S0140-6736(11)60138-4

Watanabe, T., Knobel, R., Suchard, G., Franco, M. J., D 8217 Orsi, E., Consonni, E. B., & Consonni, M. (2012). Medical students’ personal choice for mode of delivery in Santa Catarina, Brazil: a cross-sectional, quantitative study. BMC medical education, 12(1), 57. doi:10.1186/1472-6920-12-57

World Health Organization (WHO). (2010). Framework for action on interprofessional education & collaborative practice. (p. 64). Geneva: World Health Organization. Retrieved from http://whqlibdoc.who.int/hq/2010/WHO_HRH_HPN_10.3_eng.pdf