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Este trabalho versa sobre os resultados preliminares da pesquisa intitulada “Análise da trajetória Psicossocial das mulheres e homens que foram mães/pais na adolescência” realizada nas creches e UBS(Unidades Básicas de Saúde) do município de Betim/MG. Tal pesquisa faz parte do conjunto de atividades desenvolvidas pelo projeto PET “Vidas em Rede: projeto de enfrentamento da gravidez na adolescência”. Esse projeto tem como objetivo geral criar uma rede de cuidados no sistema de saúde e de educação e apoio à mãe/pai adolescente. O foco desse projeto é o adolescente – meninas e meninos. No entanto, como parte integrante da intervenção, interessou-nos conhecer a trajetória psicossocial de mulheres e homens já adultos que foram pais na adolescência a fim de desmistificarmos as representações que associam a gravidez ao fim do projeto de vida. Inicialmente fizemos um mapeamento sócio-demográfico de todas as crianças matriculadas nas 85 creches do Município de Betim. Feito isso, iniciamos a fase de abordagem às mulheres e homens para adesão espontânea à pesquisa qualitativa. As entrevistas foram analisadas sob à luz da Análise de Conteúdo Categorial e na Teorias Psicossociais. As principais categorias utilizadas à gravidez foram: gênero, projeto de vida, escola, violência, trabalho, casamento, status social e sentido da vida. Os resultados parciais apontam para uma dispersão das representações acerca da gravidez entre homens e mulheres. A gravidez foi associada ora à realização do projeto pessoal, ora como uma estratégia de sobrevivência na comunidade, ora como um empecilho para a realização dos projetos de vida e ora como saída para inserção no mundo adulto. A pesquisa ainda desmistificou a relação entre gravidez e evasão escolar.  O relato das mães e pais aponta para a gravidez como o fator importante no amadurecimento e na responsabilidade. Impressiona o número de viúvas entre as mulheres na faixa de 20-30 anos. Muitas afirmam que perderam seus companheiros ainda na adolescência e tiveram que assumir muito jovens, a responsabilidade pelos filhos. A análise parcial dos discursos de mulheres e homens adultos foi importante na medida em que serviu para planejar a intervenção junto aos adolescentes. Consideramos que a gravidez, longe de ser um erro ou um problema moral, é considerada como um problema de saúde pública. Mas, muito mais que isso, a gravidez na adolescência pode ser uma escolha entendida como uma posição subjetiva a ser compreendida e não só prevenida!.

GRAVIDEZ, ADOLESCÊNCIA E REPRESENTAÇÃO SOCIAL