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Caracterização do problema: A partir da Reforma Psiquiátrica, observa-se uma mudança na condução dos casos em saúde mental no cotidiano. Assim, surgiram os Centros de Atenção Psicossocial espalhados por todo o país com o intuito de atender à demanda de saúde mental sem institucionalizar necessariamente os pacientes. Dessa forma, esses últimos podem se inserir socialmente de forma mais efetiva, tentando diminuir o estigma atrelado à doença mental. Descrição da experiência: doze alunos de uma universidade de medicina durante as vivências práticas do Sistema Único de Saúde- SUS visitaram o CAPS Geral de Fortaleza para conhecer as atividades desenvolvidas. Destacam-se entre as ações que mais se enquadram na proposta da Reforma: musicalização, onde por meio da música, propicia-se um ambiente interativo que permite a exacerbação de questões pessoais, favorecendo a trocar experiências, sentimentos, resgate da autoestima e a autopercepção. Observou-se ainda o trabalho na “dose terapêutica”, em que os pacientes que não são aptos a tomar a própria medicação precisam ir buscá-la em um prazo pré-determinado pelo médico. Entretanto, mesmo os pacientes com baixa autonomia são convidados a gerenciar de forma compartilhada o seu autocuidado. Ainda podem ser mencionadas diversas oficinas como costura, direitos humanos e trabalhos manuais, que facilitam a inserção social desses pacientes além de propiciar o aprendizado sobre cidadania. Os alunos puderam se inserir nas atividades propostas para acompanhar o desenrolar delas, de forma ativa e responsável, resignificando através das experiências conceitos prévios e relacionando as propostas vivenciadas com os preceitos do SUS. Efeitos Alcançados: Percebeu-se a mudança de paradigma dos alunos e do atendimento dos pacientes em saúde mental em relação ao que se propunha há dois séculos. A inserção social é um dos principais objetivos de todos os profissionais (médicos, músicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais). A independência é facilitada pelo trabalho do CAPS, gerando uma rede ainda incipiente, mas concreta, de ações que melhoram a qualidade de vida. Recomendações: Recomenda-se que, apesar da necessidade de hospitalização esporádica, os pacientes possam ser responsáveis por seu processo saúde-doença no sentido de tornarem-se minimamente dependentes, de forma que consigam, com suas diferenças, se inserir de forma autônoma e segura na comunidade ao qual fazem parte.

CAPS; Reforma Psiquiátrica; SUS; Arte; Inserção Social