Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A GESTÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E SEUS DESAFIOS NA CONSOLIDAÇÃO DO SUS: UM ESTUDO DE CASO
Erick Soares Lisboa, Maria do Carmo Lessa Guimarães

Resumo


Introdução: A gestão sempre esteve presente na história da humanidade, possuindo um componente racionalizador, articulando um conjunto diversificado de ações e recursos em situações de escassez (RIVERA e ARTMANN, 2012). No ano de 1988, o Brasil obteve um ganho sem precedentes na área da saúde pública, quando o Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado e inserido na Constituição Federal. O SUS caracteriza-se pela gestão única nas três esferas de governo, que são co-responsáveis pela gestão, financiamento e prestação dos serviços (PAIM, 2006). A Assistência Farmacêutica (AF) como parte integrante do SUS, tem se estruturado no sentido de garantir a integralidade das ações para que os cidadãos tenham acesso aos serviços farmacêuticos. A gestão da AF envolve uma complexa rede de atores, públicos e privados, que desempenham diferentes papéis em função do contexto econômico, político e social de cada localidade. Objetivos: Analisar a situação da gestão da Assistência Farmacêutica em uma unidade de saúde do Estado da Bahia. E identificar os fatores técnicos e administrativos que interferem nesta gestão. Método: A estratégia de pesquisa utilizada foi qualitativa e seu universo foi uma unidade de saúde referência para assistência especializada. Foi utilizada a orientação de informantes chaves própria de pesquisa qualitativa e foram aplicados questionários com três farmacêuticos, sendo um deles coordenador da farmácia. Foi utilizado um questionário como instrumento para a coleta de dados. A unidade de saúde em estudo foi campo de prática do estágio curricular obrigatório, o que possibilitou uma observação não participante como fonte de informação. Resultados: Os resultados mostraram que os farmacêuticos entrevistados tem formação em pós-graduação lato sensu, possuem experiência na área de gestão, e tem autonomia decisória limitada na unidade, visto que não possui poder decisório em questões importantes, incluindo a execução de recursos. Mostrou ainda que a existência de recursos é limitada e que fatores de recursos humanos, capacitação e comunicação com usuários são dificuldades para a sustentabilidade dos resultados de gestão. Conclusão: Foi fundamental trazer a questão da gestão como centro de uma prática profissional do farmacêutico, visto a complexidade que é gerir a assistência farmacêutica no âmbito do SUS e percebeu-se, portanto, que a gestão na saúde depende das ações conjuntas de gestores e trabalhadores para um SUS cada vez mais consolidado e universal.

Palavras-chave


gestão; assistência farmacêutica; sistema único de saúde

Referências


PAIM, J. S. Desafios para a saúde coletiva no século XXI. Editora Edufba: Salvador. 154p. 2006.

RIVERA, F J. U. ARTMANN, E. Planejamento e gestão em saúde: conceitos, história e propostas. Editora Fiocruz: Rio de Janeiro. 162p. 2012.