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Introdução: Cada vez mais pesquisas sugerem que a religiosidade e a espiritualidade são identificadas como fatores importantes frente à doença e ao sofrimento humano. Além disso, mostram que essas dimensões apresentam associação positiva com vários indicadores de saúde, inclusive como sendo protetores ao consumo de drogas em diversos níveis e na intervenção e recuperação de pessoas com dependência química. Objetivo: Apresentar um panorama e uma análise crítica da produção sobre consumo de drogas e religiosidade/espiritualidade no Brasil. Método: Revisão sistemática de artigos indexados nas bases de dados PubMed e Scielo, entre 1982 e 2012, tratando de questões relativas à religiosidade, à espiritualidade e ao consumo de drogas. Resultados: Os estudos têm apontado para evidência de que a religiosidade e a espiritualidade exercem grande impacto sobre as pessoas, sua saúde e doença, além de influenciarem em fatores importantes da vida e preocupações humanas, a exemplo de enfrentamento de problemas de saúde e adesão ao tratamento, e que as pessoas que freqüentam regularmente um culto religioso, ou que dão relevante importância à sua crença religiosa, ou ainda que praticam, no cotidiano, as propostas da religião professada, apresentam menores índices de consumo de drogas lícitas e ilícitas. Conclusão: Foi possível concluir que a comprovação definitiva de efeitos dessas intervenções poderá atuar juntamente com a estratégia de redução de danos preconizada pelo Ministério da Saúde e desenvolvida pelos Centros de Atenção Psicossocial - CAPES. Além disso, devido ao forte papel de assistência social das religiões no Brasil, e por ser a droga um grave problema de saúde pública no país, a exploração deste tema no contexto brasileiro, incluindo estudo de formas de prevenção e controle, é de grande relevância para a saúde pública brasileira, pelo caráter amplo, promissor e por envolver alto grau de violência em sua cadeia de produção e distribuição. Assim, é preciso reconhecer a necessidade em superar o atraso histórico de assunção desta responsabilidade pelo SUS, e buscar subsidiar a construção coletiva de seu enfrentamento.

Palavras chave: Religiosidade. Espiritualidade. Drogas. Tratamento. Prevenção. Práticas de Saúde.