Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Capital social e políticas sociais públicas: a experiência do Rio Grande do Sul no século XXI.
Nilva Lucia Stedile, Joao Ignacio Lucas

Resumo


A sociedade brasileira tem apresentado um padrão histórico de pouca participação e organização política, o que implica, dentre outros fenômenos, numa menor pressão política sobre a qualidade da prestação de serviços públicos e efetivação da cidadania. Vários estudos, como os de Putnam (2000), revelam que a organização política da sociedade depende de uma cultura política democrática e participativa, algo encontrado em países e regiões com altos índices de capital social. No caso do Brasil, pesquisadores como Baquero (2007) têm encontrado baixos indíces de capital social, o que não tem levado a uma pressão política cidadã. Nesse sentido, este trabalho traz dados sobre levantamentos feitosm forma de pesquisa de cultura política (pesquisa de opinião) junto aos usuários das políticas sociais públicas, como a Estratégia de Saúde da Família - ESF - e o Serviço de Proteção e Atendimento Integral às Famílias - PAIF - , em munípios da região nordeste do Rio Grande do Sul (Caxias do Sul, Bento Gonçalves e São Marcos). Foram realizadas entrevistas em amostras representativas da população de usuários desses serviços desde 2009. A Hipótese central é que os usuários das políticas sociais públicas não são mais organizados do que a população em geral. Para tanto, além dos dados coletados juntos aos usuários, são utilizados dados de pesquisas feita com a população em geral nessa região e no Brasil. Os resultados verificados apontam para a conformação da hipótese, pois ainda que exista uma relativa satisfação dos usuários com esses serviços e um empoderamento social com isso, eles ainda não realizaram um empoderamento político idela para o aumento do capital social e a construção de uma cultura política democrática e cidadã.