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O Projeto “A saúde veste kimono” acontece no Centro Municipal de Saúde Portus, Quitanda e Tom Jobim localizado em Costa Barros, um bairro da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. O segundo bairro mais pobre e um dos mais violentos da cidade. Em 2009, observando a necessidade de captar jovens e adolescentes, para participar das ações em saúde, surgiu a idéia do esporte como forma de atrativo a uma maior freqüência à Unidade, desde então começou o grupo de Jiu Jitsu. O Jiu Jitsu, também conhecido como “arte suave”. Trata-se de uma arte marcial cuja técnica baseia-se nos princípios do equilíbrio, do sistema de articulação do corpo e das alavancas, evitando o uso da força e de armas. Nasceu na Índia com os monges budistas há aproximadamente 2000 anos, se popularizou no Japão, e chegou ao Brasil por meio do Conde Koma em 1917, no Rio de Janeiro. Era um esporte elitizado, chegando ao subúrbio na década de 40 com o Mestre Oswaldo Fadda. No início de 2010 com a mudança de gestão no município e na unidade, nossa primeira gerente, uma grande entusiasta, abraçou à causa. Em seguida o mestre Osmar assumiu a coordenação da equipe, trazendo de sua experiência toda a metodologia necessária. Essa é baseada no respeito, disciplina e caráter. Há uma grande preocupação para que não aconteçam acidentes na prática do esporte, até o momento. De um grupo de atividade, passamos a Projeto. Investimentos financeiros por parte da gestão municipal compartilhada com uma Organização Social de Saúde Viva Comunidade possibilitou a compra do kimono necessário à prática da atividade, a contratação do Mestre Osmar que trabalhou inicialmente como voluntário e adquirimos tatames de qualidade. Hoje, contamos com mais de 247 alunos inscritos, com idade entre 06 e 17 anos. Já participamos de 6 campeonatos pela Federação de Jiu Jitsu Olímpico do Rio de Janeiro, trazendo medalhas de ouro, o que, representa um estímulo, auto-estima e perspectiva de vida. O sucesso se estende a todos envolvidos no Projeto e principalmente, para nossas crianças, adolescentes e jovens vítimas de desigualdade social, antes sem perspectivas, ociosas em uma comunidade violenta e influenciada pelo tráfico, sem saúde e ainda afastadas da escola: hoje são campeões! Podemos afirmar com certeza que uma idéia, um sonho, uma iniciativa comprometida pode sim mudar vidas, é preciso ter esperança, que sim: é possível mudar realidades!