Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM E APOIO DO PRONTO ATENDIMENTO CONTINUADO EM UM MUNICÍPIO DO OESTE DE PARANÁ
Linamari Ferreira

Resumo


A pesquisa desenvolvida é parte da monografia apresentada para a conclusão do curso de Pós-Graduação em Enfermagem do Trabalho para obtenção do título de Especialista. Foi realizada com os servidores do Pronto Atendimento de Cascavel – PR (PAC I), vinculado a Divisão de Atenção ás Urgências do Departamento de Atenção a Saúde. Busca avaliar, sob a ótica da Equipe de Enfermagem e Serviço de Apoio do PAC I, o impacto da adoção da educação permanente na melhoria da qualidade de vida no trabalho e nos serviços oferecidos à população. Neste contexto, considerando a Portaria GM/MS n ° 2.048/02 que institui o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência; a Portaria GM/MS n° 1.863/03 que institui a Política Nacional de Atenção as Urgências e a Portaria GM/MS n° 2.922/08 que propõem a implantação/adequação de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Salas de Estabilização (SE). Neste trabalho, realizamos um estudo diagnóstico das necessidades dos servidores da Enfermagem e do Setor Apoio do Pronto Atendimento Continuado (PAC I), buscando identificar e analisar a Rotina de Educação Permanente implantada junto ao Núcleo de Controle de Infecção do Pronto Atendimento Continuado I.A educação é um fenômeno social e universal, sendo uma atividade necessária à existência e ao funcionamento de toda a sociedade. Para tanto esta precisa cuidar da formação de seus indivíduos auxiliando no desenvolvimento de suas capacidades para uma participação ativa da sociedade. É um processo de contínuo de transferência conhecimento. Tomando-se como ponto de partida a associação dos princípios e histórias de vida, conhecimentos acumulados da equipe multidisciplinar para a construção da educação permanente humanizada. Necessitamos de um Sistema Único de Saúde fortalecido e comprometido com a humanização em todos os programas e projetos desenvolvidos. O Ministério da Saúde, por meio do Humaniza SUS (2008), entende que tem a responsabilidade de ampliar esse debate, promover o envolvimento de outros segmentos e, principalmente, de tornar a humanização um movimento capaz de fortalecer o SUS, como política de saúde. No processo de aprendizagem é necessário desenvolver competências e habilidades, para que tanto o educador como o educando possam comparar analisar, relacionar os conceitos e ou fatos como um processo necessário para a construção do conhecimento. Avaliar, sob a ótica da Equipe de Enfermagem e Serviço de Apoio, o impacto das estratégias de educação permanente adotadas pelo Núcleo de Controle de Infecção do Pronto Atendimento Continuado I na melhoria da qualidade de vida no trabalho e nos serviços oferecidos à população. Realizado por meio de Pesquisa Bibliográfica e de Campo, do tipo Exploratório, realizada a partir da análise dos dados obtidos por meio de entrevista semi-estruturada aplicada aos informantes-chave (Coordenação de Enfermagem e Coordenação Administrativa) e de um questionário aos trabalhadores da enfermagem e do serviço de apoio, vinculados ao Pronto Atendimento Continuado I (PAC I). Na entrevista semi-estruturada, realizada com a Coordenadora de Enfermagem e a Coordenadora Administrativa do PAC I, observa-se que o serviço caracteriza-se como de complexidade intermediária entre a Unidade Básica de Saúde (UBS) e o Hospital. Possui em sua rotina o acolhimento e classificação de risco, conforme declara a Coordenadora de Enfermagem, que vê nas atividades do PAC I um serviço de constantes mudanças, necessitando da Educação Continuada, sendo desenvolvida e aplicada de acordo com as necessidades apresentadas pelos servidores de maneira gradativa, cujo resultado, embora prejudicado ainda pela falta de entendimento de alguns dos servidores, mostra-se como um desafio que lentamente será alcançado, tendo como meta no PAC I, a capacitação permanente de todos os servidores. Dos 67 questionários 28 Técnicos de Enfermagem, 16 Auxiliares de Enfermagem, 16 Servidores de Apoio e 07 Enfermeiros, 92,5% destes servidores são do sexo feminino. Observamos que 46,2% dos trabalhadores estão na faixa etária de 30 a 40 anos de idade; 25,3% estão na faixa de 40 a 50 anos e 18% estão na faixa de 18 a 30 anos de idade e uma minoria de 10,4 % encontra-se na faixa de 50 a 60 anos de idade. Dos dados analisados, 92.5% da população trabalhadora da Enfermagem e do Serviço de Apoio I, são do sexo feminino. 41,7% são Técnicos de Enfermagem; 23,8% Auxiliares de Enfermagem; 23,8% do Serviço de Apoio e 10,4% Enfermeiros. Ainda observamos que 37% atuam na área a menos de 5 anos, 27 % entre 5 a 10 anos, 30 % entre 10 a 20 anos e 6% há mais de 20 anos. Foram questionados se a Educação Permanente contribui para a melhoria da qualidade dos serviços, 100% consideram que sim e reconhece a educação como melhoria na qualidade de vida e atendimento oferecido. 35,8% dos servidores responderam que apresentaram problemas de saúde, sendo as cardiovasculares e osteomusculares os mais acometidos. 83,6% responderam que fazem uso dos EPIs que a instituição oferece; 16,4% nem sempre usam, o que contribui com o aumento dos índices de acidente de trabalho. Dos questionados, observa-se que 38,8% já tiveram acidente com material perfuro cortante.O estudo revela que há ainda uma grande distância entre o que é o proposto na Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e a realidade pesquisada. As dificuldades encontradas vão desde questões institucionais e gerenciais até questões que envolvem os processos de trabalho e a participação de trabalhadores. A partir do enfrentamento das dificuldades, propomos para o serviço uma adequação na Educação Permanente já existente que seja realizada através do Pólo Regional de Educação Permanente com projetos baseados no plano de ação do Município de Cascavel e desenvolvidos pelos servidores do PAC I para uma futura Escola de Saúde em Cascavel. A elevação da qualidade da assistência a saúde prestada a população pelo SUS mediante a adoção de práticas assistenciais resolutiva, seguras, éticas e humanizadas, realizadas com presteza e adequação, constituirão dimensões essenciais dessa diretriz, serão acompanhadas de iniciativas para motivação e capacitação dos profissionais de saúde e da consolidação do controle social. Dentro das metas estabelecidas no Plano Municipal de Saúde para 2010-2013 consta a implantação da Educação Permanente para os Trabalhadores do SUS, o que irá facilitar a adequação do mesmo. EIXO TEMÁTICO: TRABALHO. BIBLIOGRAFIABARRETO, H, M. Competências Básicas. Rio de Janeiro: Ed. SENAC Nacional, 2000. BRUNO, P.OLDENBURG,C.Enfermagem em pronto Socorro.Editora SENAC Nacional,2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 198/GM/MS. Institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor. Brasília (DF): 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção às urgências – 3. ed. ampl. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. 256 p.: il. – (Série E. Legislação de Saúde) ISBN 85- BRASIL.Ministério da Saúde- Política Nacional de Atenção as Urgências 3 edição – Brasilia, 2006. BRASIL.Ministério da Saúde- Política Nacional de Educação Permanente em Saúde- Brasília,2009. EMIDIO, JML. Abordagem Cronopsicológica do trabalho por turnos em duas empresas. Dissertação de Mestrado Coimbra: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. 1998FREITAS, CU.Lacaz.FAC e Rocha LE 1985. Saúde Pública e ações de Saúde do Trabalhador: uma análise conceitual e perspectivas de operacionalização programática na rede básica da Secretaria de Estado da Saúde. Temas IMESC, Sociedade, Direito, sáude2 (1): 3-10.[Links] GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 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