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VER SUS: Reflexão sobre a inserção da Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional na rede
Resumo
No mês de fevereiro de 2012, um grupo de estudantes realizou o estágio interdisciplinar de vivência na realidade do SUS, o VER SUS. No decorrer das vivências, visitamos a rede da região do centro sul do país, entre as cidades podemos citar: Santa Maria, São Sepé,São Pedro do Sul, Nova Palma, Faxinal do Soturno, Quevedos e Agudo. A partir do que vivenciamos, criamos críticas e pensamentos sobre como acontecem as relações que existem na rede do Sistema Único de Saúde e como a gestão pode ser fator decisivo para uma região “funcionar”. Entre os tropeços e falhas que nos deparamos nas vivências, um deles nos despertou muita atenção e certo descontentamento: a falta de alguns profissionais na rede. Pois estamos estudando para construir e transformar o mundo em que vivemos e o lugar em que vamos exercer nossas futuras profissões, o SUS. As duas profissões com menor número de profissionais na região de Santa Maria no Rio Grande do Sul são a Fonoaudiologia e a Terapia Ocupacional. Percebemos, também, a ausência dos NASF – Núcleos de Apoio à Saúde da Família. De acordo com a Portaria MS/GM Nº 2.488, de 21 de Outubro de 2011: “Poderão compor os NASF 1 e 2 as seguintes ocupações do Código Brasileiro de Ocupações – CBO: médico acupunturista, assistente social, profissional/professor de educação física, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico ginecologista/obstetra, médico homeopata, nutricionista, médico pediatra, psicólogo, médico psiquiatra, terapeuta ocupacional, médico geriatra, médico internista (clínica médica), médico do trabalho, médico veterinário, profissional com formação em arte e educação (arte educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em umas dessas áreas”. Outra justificativa importante, dada por profissionais dos serviços municipais visitados, é de que esse atendimento não é procurado pela população e de que não existe demanda para que sejam contratados os profissionais. Porém sabemos que existe demanda de serviço, e que a população muitas vezes não conhece seus direitos como usuário, e também esse atendimento, por se tratarem de áreas relativamente novas. Neste caso percebemos a falha da gestão em relação ao esclarecimento e reconhecimento do papel dessas profissões, que conhece a demanda, mas se baseia na procura do atendimento.