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O Projeto de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde – VER-SUS/Brasil é uma das estratégias que integram a Política de Educação para o SUS e possui como objetivo proporcionar a estudantes vivenciar a realidade do SUS, contribuindo para a formação de profissionais críticos e sensíveis às necessidades da população brasileira e do fortalecimento do SUS. Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, os estudantes foram divididos em grupos – cada um contendo aproximadamente seis integrantes de diversos cursos da área da saúde –, que durante os dez dias de participação no projeto, vivenciaram o cotidiano de trabalho das organizações de redes e sistemas de saúde do município. Ao final de cada dia de vivência os estudantes fomentavam individualmente a plataforma disponibilizada no site do VER-SUS/Brasil com relatos do que fora observado, bem como realizavam discussões em grupo. Assim, foi propiciada aos estudantes a experimentação de um novo espaço de aprendizagem, esperando-se o estabelecimento de uma comunicação entre estes, gestores da saúde, instituições de ensino superior e movimentos sociais, para efetivar a integralidade em saúde e a educação significativa de profissionais. Há no discurso dos gestores muito empenho para que a prática saia fiel à política imaginada no papel e para que o serviço seja o mais abrangente possível, no entanto, mesmo com conhecimento sobre o funcionamento do Sistema, gestões municipais podem travar o funcionamento, revelando falta de interesse para elaboração de projetos que proporcionem melhorias à rede de atendimento. A visão anterior dos acadêmicos sobre o SUS e seu funcionamento era muito crítica e generalizadora, de um sistema falho no qual os profissionais não atendiam por falta de vontade, incentivo financeiro, revelando o comodismo pelo fato de serem concursados e assim faltando com qualidade no atendimento. Após essa experiência compreendeu-se a realidade de cada unidade em sua particularidade de acordo com a implantação dos programas e funcionamento das políticas públicas existentes. Há muito ainda a se fazer e melhorar, por exemplo, tanto da parte do servidor – que deve responder à demanda com empatia –, quanto do usuário – que deve abusar da paciência para suportar e entender a demora do atendimento pelo SUS.