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A EDUCAÇÃO EM SAÚDE E SUA INFLUÊNCIA NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS COM HISTÓRICO DE HELMINTOSES
Resumo
Estudo experimental empregando modelo de educação com ênfase nas relações sócio-afetivas, voltada para promoção de saúde e controle de helmintoses objetivando investigar efeitos do processo educacional no desenvolvimento cognitivo e aprendizagem de crianças infectadas e tratadas para helmintoses, de área endêmica. Para intervenção educativa, considerou-se que estudos de educação em saúde com ênfase na transmissão de informações têm revelado resultados restritos em termos de mudança conceitual e de atitude, apontando para a necessidade de abordagens pedagógicas que considerem o contexto sócio-cultural do escolar e as dimensões representacional e experiencial dos processos saúde-doença. A intervenção foi junto a 106 crianças de 6 a 11 anos e meio, divididas em grupos a partir dos exames coproparasitológicos: Grupo Infectado (n=84) e Grupo Sadio (n=22). Crianças infectadas foram separadas aleatoriamente em Grupo Ação, com intervenção (n=43) e Grupo Controle (n=41). Para avaliar o desenvolvimento cognitivo empregaram-se avaliações psicológicas estáticas e dinâmicas. Para avaliar a aprendizagem utilizaram-se testes de conhecimento. Para analise comparou-se as médias dos coeficientes delta do pré e pós-teste (Paired-Samples T Test) além da distribuição de frequências. Houve progressivo aumento nos valores da avaliação cognitiva estática pós-intervenção nas crianças do Grupo Ação. Apesar do ganho proporcional, não houve diferenças significativas entre valores obtidos nos pós-testes dos grupos Ação e Controle (p>0,05). Entre Grupo Ação e Sadio, valores dos testes Aritmética e Dígito foram superiores no grupo não infectado (p=0,048 e p=0,023, respectivamente). Entre Grupo Infectado e Sadio somente o teste Aritmética foi estatisticamente superior no grupo não infectado (p=0,048). Houve melhora na avaliação dinâmica das habilidades criatividade, velocidade de processamento e raciocínio lógico. As crianças mantiveram oscilações na habilidade memória. Os resultados foram compatíveis com melhora de aprendizagem na avaliação da evolução conceitual. Embora na avaliação estática não tenham sido detectados avanços na inteligência geral, e, na avaliação dinâmica, os ganhos cognitivos tenham ocorrido em algumas habilidades cognitivas especificas, a avaliação da evolução conceitual demonstrou que houve aprendizagem, fato que pode remeter a condições produzidas no interior da escola, a saber: método, práticas pedagógicas, papel do professor e interação professor-aluno.