Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Colegiado Gestor Local: Um relato de experiência de uma Unidade de Saúde da Família
Brena Gabriella Tostes Cerqueira, Caroline Niquini Assis, Luciana Chamarelli Teixeira, Stefânia Santos Soares, Waleska Correa Floresta

Resumo


No Brasil, o modelo de democracia participativa foi adoto pela Constituição de 1988, agregando elementos para participação e controle social. Na área da saúde, a garantia desses princípios veio por meio da lei nº 8142, sendo as Conferências e Conselhos de Saúde as instâncias colegiadas institucionalizadas na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Outros mecanismos também têm sido utilizados para integrar a dinâmica de gestão participativa, como o Colegiado Gestor Local (CGL), uma ferramenta de gestão que vem sendo utilizados em Unidades de Saúde da Família (USF). Assim, esse trabalho tem por objetivo apresentar um relato de experiência sobre as possibilidades e desafios para a gestão participativa com a utilização do CGL, a partir da experiência de uma USF do município do Rio de Janeiro, uma das escolhidas para ser projeto piloto pela Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC-RJ). O Colegiado teve inicio em maio de 2010, cuja primeira etapa foi a participação dos profissionais da USF em duas oficinas de sensibilização sobre participação social. A etapa seguinte foi a realização da eleição dos representantes de cada categoria profissional. Desde seu inicio o CGL, reuniu-se mensalmente, discutindo e deliberando sobre os principais problemas do cotidiano dos processos de trabalho. Mesmo nesse período inicial de consolidação da prática do CGL na Unidade, podemos notar como potencialidades dessa ferramenta: processo decisório participativo e legitimado pelo conjunto de profissionais; co-responsabilidade entre profissionais e gerência nos projetos e melhor circulação das informações na rotina do serviço. Identificamos como principais desafios para a consolidação de uma prática participativa nessa USF: a inserção dos representantes usuários do serviço; pouca assessoria técnica para lidar com a gestão participativa e a alta rotatividade dos profissionais. Concluindo, o processo de implantação da Estratégia Saúde da Família no município do Rio de Janeiro tem denotado incentivo ao exercício da gestão participativa, trazendo para profissionais e gestores a necessidade de qualificar essa discussão e aprimorar essa prática Acreditamos que essa discussão é importante para o fortalecimento do SUS aliado aos seus princípios estruturantes. Palavras chaves: gestão participativa, Estratégia Saúde da Família, Colegiado Gestor Local.