Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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DESIGUALDADES SOCIOESPACIAIS E ACESSO AOS SERVIÇOS de SAÚDE NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
Sandra Ulinski Aguilera, Samuel Jorge Moysés, Beatriz Helena S. França, Simone Tetú Moysés

Resumo


O objetivo deste estudo foi identificar e analisar iniquidades no acesso aos serviços de saúde de média complexidade nos municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, ecológica, descritiva e de corte transversal. Na etapa preparatória do estudo, trabalhou-se os perfis socioeconômico, epidemiológico, da rede de cuidados à saúde e financiamento setorial dos 26 municípios que compõem a RMC. Em seguida, realizou-se análise fatorial das variáveis coletadas, gerando seis componentes principais, com os quais foi possível construir um índice sintético classificatório dos respectivos municípios, com respeito a condição de vida e situação de saúde. Na sequência, dados primários foram coletados de 24 municípios, referentes a capacidade instalada, a demanda encaminhada e a demanda reprimida. Finalmente, para melhor compreensão deste fenômeno, foram entrevistados 16 gestores municipais e 1 gestor regional de saúde. Utilizou-se a técnica de entrevista semi-estruturada e os dados foram avaliados por meio de análise de discurso. A análise de contexto revelou acentuadas iniquidades socioespaciais. À medida que aumentava a distância geográfica entre os municípios pesquisados e a cidade polo - Curitiba, piores condições de vida e de saúde foram encontradas e maiores as dificuldades no acesso aos serviços de saúde. Os relatos dos gestores evidenciaram que os municípios se encontram em estágios distintos de estruturação da atenção básica, refletindo na baixa resolutividade local e aumentando a demanda por serviços metropolitanos; assim, o acesso aos serviços especializados e internações hospitalares são problemas relevantes para a maioria. Entende-se como necessária a regionalização dos serviços de média complexidade, e em alguns casos, até mesmo a microrregionalização, uma vez que se trata de uma área de abrangência tão grande quanto as diferenças entre as realidades de alguns municípios aqui estudados. Neste último aspecto, é indispensável ressaltar não apenas as distâncias rodoviárias e obstáculos naturais entre os municípios, mas também as discrepâncias econômicas, de desenvolvimento social e diferenças culturais que, mesmo num espaço geográfico comum, não passaram despercebidas.