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Ações intersetoriais na Estartégia Saúde da Família de Alto Caldeiro para a promoção da Saúde, um relato de experiência
Resumo
INTRODUÇÃO A Atenção Primária à Saúde consolida os princípios do SUS e é definida “por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades.” (BRASIL, 2011). A estratégia saúde da família se torna uma aposta para a organização da Atenção Primária no Brasil se consolidando como porta de entrada preferencial do usuário e organizadora da rede, se tornando em 2006 prioridade no Pacto pela Vida (BRASIL, 2006; STARFIELD, 2004). A Política Nacional de Promoção à Saúde foi instituída pela Portaria n. 687/GM de 30 de março de 2006, que tem como objetivo: ... a promoção da qualidade de vida e a redução da vulnerabilidade e dos riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura a bens e serviços essenciais”. A política Nacional de Promoção à Saúde deve ser uma política transversal, integrada com as ações da Atenção Primária, usando como ferramenta a intersetorialidade discorrendo com setores governamentais ou não governamentais, só assim os objetivos dessa política serão realmente alcançados (BRASIL, 2006). A política Nacional de Promoção à Saúde traz como diretrizes a busca da equidade, da melhoria da qualidade de vida e de saúde estimulando parcerias e ações intersetoriais propiciando o desenvolvimento integral das ações de Promoção à Saúde e fortalecimento da participação social empoderando o individuo e a comunidade (BRASIL, 2006). A estratégia de promoção da saúde, no Sistema único de Saúde (SUS), é repensada como uma possibilidade de focar os aspectos que determinam o processo saúde-doença como, por exemplo: violência, desemprego, subemprego, falta de saneamento básico, habitação inadequada e/ou ausente, dificuldade de acesso à educação, fome, urbanização desordenada, qualidade do ar e da água (BRASIL, 2007). As intervenções em saúde devem assim ampliar seu escopo, tomando como objeto os problemas e necessidades de saúde e seus determinantes e condicionantes de modo que a organização da atenção e do cuidado envolva, ao mesmo tempo, as ações e serviços que operem sobre os efeitos do adoecer e àqueles que visem o espaço para além dos muros das unidades de saúde e do sistema de saúde, incidindo sobre as condições de vida e favorecendo a ampliação de escolhas por parte dos sujeitos e coletividades no território onde vivem e trabalham (BRASIL, 2007). A Estratégia Saúde da Família é considerada um espaço privilegiado para a execução de ações de promoção da saúde, por estar inserida na comunidade, família e individuo e com isso facilitando a formação de um vinculo com a população de área adstrita. O município de Santa Teresa localiza-se na região serrana do Estado do Espírito Santo com uma população de 21.815 habitantes (IBGE, 2010). Possui uma cobertura de 100% de Saúde da Família totalizando 8 equipes. A Estratégia Saúde da Família de Alto Caldeirão, objeto de estudo desse trabalho localizada a 18 km da sede do município conta com uma população de 1870 pessoas (SIAB, 2011), porém com uma área geográfica extensa. Está localizada na Zona rural, sendo a agricultura atividade que proporciona 95% de alternativas de trabalho, quase não oferece opções de lazer. O alcoolismo e a depressão são condições comuns referidas pelos usuários. OBJETIVO GERAL Proporcionar a ampliação de escolhas por parte dos sujeitos e coletividade. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Estimular o auto cuidado; Melhorar a auto-estima; Criar opções alternativas de fonte de renda; Fortalecer o vinculo da equipe com a comunidade; Fomentar a intersetorialidade. METODOLOGIA Firmou-se parceria entre a equipe de Saúde da Família de Alto Caldeirão com o CRAS (Centro de Referencia da Assistência Social) e através de várias reuniões entre os profissionais dos dois setores e comunidade, criou-se um programa de cursos de artes e profissionalizantes. Foram priorizadas as famílias cadastradas no Programa Bolsa Família. RESULTADOS Envolvimento de toda a categoria profissional da equipe de Saúde da Família; Intersetorialidade Capacitação profissional nas áreas de pintura em tecido, macramê, manicure e pedicure, cabeleireiro, informática e bordado em fitas; Moradores da comunidade atuando no campo profissional onde foram capacitados; Fortalecimento do vínculo comunidade x ESF; CONSIDERAÇÕES FINAIS Fica claro observar que a intersetorialidade como ferramenta para proporcionar promoção da saúde consolida a Saúde da Família como uma estratégia que de fato leve a uma mudança no modelo de Atenção à Saúde. É entendida como um processo de construção compartilhada com diversos atores sociais do Estado e da Sociedade Civil, portanto, participativo e democrático, visando responder às necessidades de uma coletividade, mobilizando os setores necessários e, principalmente, envolvendo a população (ALMEIDA, 2008). Devido ao excelente resultado da parceria efetuada nesse trabalho, o projeto se estendeu entre os anos de 2008 a 2010. O fortalecimento do vinculo comunidade x ESF se deu pela satisfação da comunidade por participar ativamente na construção do projeto, por terem sido ampliadas as suas opções de escolha de geração de renda e proporcionado opções de lazer e aprendizado. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, A. M. R. De. A Intersetorialidade e a Estratégia Saúde da Família: Desafios da Relação entre o Discurso e a Prática. 2008. 107 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Programa de pós Graduação em Saúde Pública, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2008. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Atenção Primária e Promoção da Saúde – Brasília : CONASS, 2007. 232 p. ________. Ministério da Saúde. Portaria GM n. 399, de 22 de fevereiro de 2006. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto, 2006 ________. Ministério da Saúde. Portaria GM n. 687, de 30 de março de 2006. Aprova a Política de Promoção da Saúde. Brasília, 2006. ________. Ministério da Saúde. Portaria GM n. 2488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política de Nacional de Atenção Básica . Brasília, 2011. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010. Disponível em: <http: //www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/tabelas_pdf/total_populacao_espirito_santo.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2012. STARFIELD, B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: Unesco Brasil/ Ministério da Saúde, 2004.