Tamanho da fonte:
GERENCIAMENTO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE E A INTERFACE NA ADESÃO DO HIPERTENSO AO TRATAMENTO
Resumo
A atenção básica é responsável por ações de promoção da saúde da população e deve assegurar o atendimento e a resolubilidade de até 80% das necessidades e problemas de saúde cumprindo os pressupostos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para organizar esse atendimento o serviço de saúde conta com os gerentes, que têm atribuições específicas como tomada de decisões, promover consensos, a negociação e a programação de estratégias, solucionar problemas e satisfazer as necessidades de saúde da população. Essa organização da atenção básica possivelmente influencia na adesão dos usuários ao tratamento, principalmente aqueles com agravos crônicos, como a hipertensão. Esse estudo teve como objetivo analisar a influência do gerenciamento da Unidade Básica de Saúde e a sua relação com a adesão do hipertenso ao tratamento. Estudo descritivo de abordagem qualitativa, desenvolvido em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) situadas em Fortaleza-CE. A coleta de dados ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2010 através de um formulário estruturado, sendo estes representados em quadros e analisados com base nos princípios do SUS e nas experiências dos participantes. O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Fortaleza com parecer de nº 177/09. Os gerentes atuavam na Equipe Saúde da Família tinham experiência entre seis meses a seis anos. As UBASF funcionavam há mais de 6 anos, com uma cobertura populacional superior a 15.000 habitantes. As unidades foram identificadas pelas letras A, B, C e D. De acordo com os gerentes a infra-estrutura física das UBS não se adequava à prestação do atendimento de qualidade à população, pois as salas eram pequenas, com deficiência quantitativa de material e de equipamentos, além da falta de um suprimento adequado e contínuo de medicamentos. Constata-se que a atuação dos gerentes nas UBS, com vista a possibilitar a adesão dos usuários hipertensos ao tratamento, era razoável, no que dependia de sua gerência, mas o acesso da população ao atendimento às suas necessidades era dificultada em decorrências da fragilidade no cumprimento dos seus direitos, principalmente em relação aos procedimentos solicitados à atenção de média e alta complexidade, como nos casos da realização de exames e avaliações para diagnostico e tratamento, além de internações hospitalares. Ressalta-se que essa problemática também era decorrente da inoperância do sistema de referência, e da falta de efeito deste na contra-referência.