Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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GERENCIAMENTO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE E A INTERFACE NA ADESÃO DO HIPERTENSO AO TRATAMENTO
Naianna Maria de Oliveira Barros, Lívia Moreira Barros, Natasha Marques Frota, Rosa Aparecida Nogueira Moreira, Joselany Áfio Caetano, Zélia Maria de Sousa Araújo Santos

Resumo


A atenção básica é responsável por ações de promoção da saúde da população e deve assegurar o atendimento e a resolubilidade de até 80% das necessidades e problemas de saúde cumprindo os pressupostos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para organizar esse atendimento o serviço de saúde conta com os gerentes, que têm atribuições específicas como tomada de decisões, promover consensos, a negociação e a programação de estratégias, solucionar problemas e satisfazer as necessidades de saúde da população. Essa organização da atenção básica possivelmente influencia na adesão dos usuários ao tratamento, principalmente aqueles com agravos crônicos, como a hipertensão. Esse estudo teve como objetivo analisar a influência do gerenciamento da Unidade Básica de Saúde e a sua relação com a adesão do hipertenso ao tratamento. Estudo descritivo de abordagem qualitativa, desenvolvido em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) situadas em Fortaleza-CE. A coleta de dados ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2010 através de um formulário estruturado, sendo estes representados em quadros e analisados com base nos princípios do SUS e nas experiências dos participantes. O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Fortaleza com parecer de nº 177/09. Os gerentes atuavam na Equipe Saúde da Família tinham experiência entre seis meses a seis anos. As UBASF funcionavam há mais de 6 anos, com uma cobertura populacional superior a 15.000 habitantes. As unidades foram identificadas pelas letras A, B, C e D. De acordo com os gerentes a infra-estrutura física das UBS não se adequava à prestação do atendimento de qualidade à população, pois as salas eram pequenas, com deficiência quantitativa de material e de equipamentos, além da falta de um suprimento adequado e contínuo de medicamentos. Constata-se que a atuação dos gerentes nas UBS, com vista a possibilitar a adesão dos usuários hipertensos ao tratamento, era razoável, no que dependia de sua gerência, mas o acesso da população ao atendimento às suas necessidades era dificultada em decorrências da fragilidade no cumprimento dos seus direitos, principalmente em relação aos procedimentos solicitados à atenção de média e alta complexidade, como nos casos da realização de exames e avaliações para diagnostico e tratamento, além de internações hospitalares. Ressalta-se que essa problemática também era decorrente da inoperância do sistema de referência, e da falta de efeito deste na contra-referência.