Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Inovações no setor público: desafios da co-gestão
Andréia Medeiros Pires Maruiti, Beatriz Caparros Yoneyama, Roberto Zonato Esteves, Gisele Garcia Costa, Renata Caroline Gomes Pedreiro, Tânia Fátima Calvi Tait

Resumo


As mudanças na organização nem sempre são interpretadas como a melhor forma de solução dos problemas ou criação de novas oportunidades pelos trabalhadores. Como mobilizar e envolver os trabalhadores no processo de gestão dos serviços públicos para que não ocorra descontinuidade e seja possível a co-responsabilização entre gestores e trabalhadores enquanto atores deste processo de inovação na gestão pública? Por meio do estudo de caso de uma experiência de gestão colegiada em um serviço de saúde pública municipal, utilizando a observação direta, foram reunidas informações importantes para a contextualização e análise desta unidade permitindo conhecer a organização administrativa e os processos de trabalho, exemplificando uma forma de co-gestão no Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de uma política pública. As discussões de trabalho são realizadas por meio de colegiado gestor, que reúne-se quinzenalmente, sendo observado grande mobilização dos trabalhadores participantes do colegiado em elaborar nas reuniões e aplicar um instrumento de pesquisa para diagnóstico do local de trabalho. A Política Nacional de Humanização (PNH), com suas diretrizes, orienta o processo de inovação na gestão e na assistência no âmbito do SUS, em uma gestão na qual os trabalhadores sejam co-participantes das decisões. Foi observado que a PNH forneceu diretrizes para os trabalhadores promovendo a valorização do processo coletivo. As ações gerenciais necessitam ser baseadas em mudanças, considerando a dinamicidade do setor. Os diagnósticos subsidiam as ações de planejamento no local de trabalho e é necessário o envolvimento dos indivíduos que prestam o atendimento à população nas ações de planejamento e de gestão participativa, para diminuir as resistências às mudanças. Acredita-se, com as observações realizadas, que vencidas as barreiras culturais, a adesão acontece de forma gradativa. A experiência de co-gestão oportuniza os processos coletivos, responsabiliza os trabalhadores e gestores e proporciona mudanças nos processos de trabalho. A estratégia de envolver trabalhadores nas discussões e nas decisões sobre os modos de realizar o processo de trabalho, por meio de reuniões colegiadas, demonstrou ser uma estratégia que colaborou para o envolvimento dos trabalhadores na gestão do setor de saúde pública. Desta forma, a co-gestão aponta um caminho positivo para mudanças e inovações no serviço público, propiciando comportamentos proativos e a continuidade no serviço prestado.