Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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POLIMEDICAÇÃO E BAIXA ESCOLARIDADE: PREVALÊNCIA EM IDOSOS
Camila Negreiro Dias, Sarah Lívia Araújo Costa, Mariana Sobral Ramos

Resumo


INTRODUÇÃO Polimedicação é mais frequênte entre idosos devido à prevalência de doenças crônicas.O uso de medicamentos múltiplos com ou sem prescrição médica pode desencadear situações de interações , reações medicamentosas e efeitos colaterais. Além disso , despendidos desnecessários com saúde.Baixa escolaridade e falta de instrução agrava este quadro, incentivando a automedicação e redundância no tratamento . OBJETIVO Delinear uma relação de agravo entre situação de polimedicação e baixa escolaridade entre indivíduos com mais de 60 anos em uma comunidade de baixa renda, Fortaleza-CE. MÉTODOS Foi realizado um estudo quantitativo, utilizando dados obtidos por meio de questionários realizados com 176 idosos da Comunidade do Dendê, Fortaleza - CE, nas microáreas 01 e 02, no período de 22 de março a 08 de abril de 2011. O questionário foi elaborado com base em um instrumento utilizado para conclusão do Curso de Especialização em Geriatria da Escola de Saúde Pública do Ceará, em 2005, do estudo “O idoso no programa de saúde da família: inquérito domiciliar em comunidade do município de Maracanaú/CE” (SAMPAIO, 2005). RESULTADOS Dos 176 idosos entrevistados, 173 responderam se tomavam algum medicamento sob prescrição médica. Destes, 72,8% afirmaram que sim. E, quando questionados sobre o hábito automedicação, 34,7% dos idosos responderam que o praticavam. Ao se verificar o número de medicamentos em uso pelos idosos: 24,27% afirmou fazer uso de um medicamento; 17,91% fazia uso de dois; 14,45% usava três; 10,40% usava quatro ;10,98% faziam uso de cinco a dez medicamentos e 0,57% afirmou usar mais de dez medicamentos. Nesta comunidade, observa-se predominância de analfabetismo entre os idosos entrevistados: 75 se consideram analfabetos - não sabem ler nem escrever; 14 afirmaram saber ler e escrever, mas não freqüentaram a escola; 55 têm o primário incompleto. CONCLUSÃO Percebendo-se alta incidência de polimedicação em uma população idosa de maioria analfabeta, alerta-se aos profissionais de saúde quanto à importância de perguntas sobre medicamentos que estão em uso, durante a consulta médica, e do acompanhamento domiciliar feito pela equipe de Estratégia Saúde da Família. Acompanhamento, este, que deve instruir quanto os malefícios da automedicação e usar de recursos compreensíveis pelo paciente para orientá-lo sobre os medicamentos em uso.