Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Relato de Caso – A importância do acolhimento e vínculo com a Equipe na ESF para êxito no tratamento de Tuberculose Pulmonar
Marcos Paulo Marzollo, Flavia Alves

Resumo


A tuberculose atinge a população desde épocas remotas, mas a partir de 1940 ela passou a ter cura; e mesmo com a atual existência de drogas eficazes o Brasil encontra-se em sexto lugar entre os países com altos índices de tuberculose. Tendo em vista essas considerações, realizamos este estudo de caso que traz a experiência de uma Equipe de Saúde da Família (Equipe Beira Rio da Clínica da Família Maria de Azevedo Rodrigues Pereira localizada em Anchieta, cidade do Rio de Janeiro) no acompanhamento de uma paciente com tuberculose pulmonar. Esta paciente foi acolhida em dezembro de 2011 com quadro de tosse com escarros hemoptóicos de início há aproximadamente 3 semanas, associados a emagrecimento importante, febre vespertina e sudorese noturna. Ao exame físico, a paciente encontrava-se francamente emagrecida hipocorada 2+/ 4+, enquanto à ausculta pulmonar, ouviam-se estertores crepitantes em ápice direito. Possuía também uma história patológico-social importante, referindo uso de drogas ilícitas. Fora então solicitados uma radiografia de tórax que evidenciou uma lesão cavitária de aproximadamente 3 cm de diâmetro no ápice descrito, seguindo então com pedido de baciloscopia. Confirmado o quadro de tuberculose, iniciou-se prontamente o esquema RIPE sendo acompanhada pelo DOTS. Concomitantemente, foi solicitado aos contactantes da paciente para que comparecessem à Clínica com o intuito de se realizar a busca ativa. Após 2 meses de acompanhamento, na consulta de retorno, se observou melhora significativa do estado geral da paciente, com ganho de peso, além de surpreendente desaparecimento da lesão pulmonar descrita. Portanto, o prognóstico para o sucesso do tratamento da tuberculose pulmonar inclui o trabalho em equipe e a avaliação dos fatores biológicos, clínicos e sociais que permeiam o paciente, o fornecimento de ferramentas que possibilitassem ao indivíduo o conhecimento do processo saúde-doença, bem como o estimulo da co-responsabilidade do mesmo.