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Um paralelo entre a obesidade infantil e a relação de prazer/desprazer em uma criança: intervenções do Nasf Chapecó e questões de saúde pública.
Resumo
PROBLEMA: Quais implicações e contribuições que o Nasf pode dar para uma família de uma criança com obesidade? DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A obesidade infantil é um problema emergente de saúde pública que contribui para a doença cardíaca precoce, síndrome metabólica, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares no adulto. Na infância, o manejo da obesidade pode ser mais difícil do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e disponibilidade dos pais, além de uma falta de entendimento da criança quanto aos danos da doença. Diante deste panorama foi encaminhado para o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf) Oeste do município de Chapecó o paciente de 11 anos que segundo a Agente Comunitária de Saúde “está muito gordo para a idade que tem”, pesando 60 kg, 1,45cm, IMC/I 28,53 kg/m², quadro de obesidade grave. A ACS relata a preocupação de toda família a sua saúde e que gostaria de receber a ajuda do Nasf (nutricionista e psicólogo) para que o mesmo possa emagrecer. A mãe apresentava-se muito satisfeita com a visita da equipe e relatou seu dia alimentar. Descreve que não pode deixar o seu filho ficar com fome e que ele faz uma espécie de “chantagem” quando deseja comer algo e ela nega. O paciente também fala sobre os seus hábitos alimentares e sobre o prazer que sente ao comer. Diz sofrer com as brincadeiras de seus colegas na escola. Relata ainda que não quer ficar gordo e que tem pretensões de emagrecer, mas não consegue de parar de comer. EFETOS ALCANÇADOS: Após as visitas domiciliares foram repassadas orientações nutricionais para toda a família e foi esclareciso as consequências que uma má alimentação pode trazer para seu futuro. Percebeu-se que ao mesmo tempo em que deseja emagrecer, não deseja parar de comer, já que isso é uma fonte de prazer até então inesgotável para o mesmo, pois a sua mãe até então não lhe negava comida. É perceptível ver uma relação conturbada entre desejo/gozo do sujeito ao mesmo tempo em que lhe dá prazer comer, o sentir-se saciado vem carregado de desprazer, pois há também um engordar e sentir-se mal com isso. RECOMENDAÇÕES: Recomendou-se que o paciente seguisse as orientações nutricionais repassadas e desde já, a dar início a um trabalho analítico com a criança.