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Caracterização do problema: O câncer de cabeça e pescoço é resultado de um processo multifatorial que apresenta diversos estágios e, especificamente, os que acometem lábios, língua, soalho de boca, mandíbula e laringe, interferem diretamente nas funções vegetativas dos indivíduos. Assim, a partir do relato das dificuldades enfrentadas por pacientes e cuidadores, verificou-se a necessidade de promover ações de educação em saúde, sendo iniciado o grupo “Saúde e Cidadania: Empoderar para a Qualidade de Vida”, no ambulatório da Clínica de Cabeça e Pescoço, como iniciativa do Programa de Residência Multiprofissional da UFSM em parceria com o serviço. Descrição da experiência: O grupo é realizado semanalmente e composto por usuários e acompanhantes que aguardam a consulta no ambulatório da cabeça e pescoço e aceitam participar. São realizadas no início do grupo dinâmicas de interação entre profissionais e usuários, e após este momento o grupo é conduzido de acordo com o tema proposto. O tema a ser trabalhado é definido pelos usuários a partir de suas demandas, sendo trabalhado durante quatro encontros, pois a cada semana há novos usuários presentes no ambulatório. Dentre os temas abordados incluem-se os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e Direitos e Deveres dos usuários do SUS; Saúde e Qualidade de Vida. Efeitos alcançados: A partir dos relatos obtidos ao final dos encontros, verificou-se que o tempo dispendido em sala de espera foi considerado melhor utilizado, minimizando a ansiedade dos usuários. Para o grupo o espaço de compartilhamento de experiências de vida e diagnósticos semelhantes, assim como o relato das intervenções, abrangendo a reabilitação física e emocional e a reinserção no contexto familiar, social e profissional, foi significativo. Salienta-se ainda a relevância da realização do grupo, pois entende-se que estes são fatores cruciais para a determinação da qualidade de vida. Recomendações: Sugere-se que práticas como esta sejam implementadas nos serviços de saúde, uma vez que é dever dos profissionais de saúde buscar o empoderamento do usuário acerca de seus direitos e deveres no SUS, a qualificação do tempo de espera e do serviço prestado, bem como melhoria de sua qualidade de vida ao refletir sobre questões relativas à forma de viver bem, além de potencializar no hospital os espaços de educação e promoção da saúde.Referências BibliográficasBEHLAU, M; GIELOW, I; GONÇALVES, M. I. R; BRASIL, O. Disfonias por câncer de cabeça e pescoço. In: BEHLAU, M. Voz, o livro do especialista. Rio de Janeiro: Revinter, 2010. cap. 11. p. 213-67.KOWALSKI, L. P; CARVALHO, A. L; VARTANIAN, J. G. Tumores da cavidade oral e orofaringe. In: JOTZ, G. P; ANGELIS, E. C; BARROS, A. P. B. Tratado da deglutição e disfagia: no adulto e na criança. Rio de Janeiro: Revinter, 2010. cap. 28. p. 188-200. MEIRELLES, M. Ingrassia, T. Perspectivas Teóricas acerca do empoderamento de classe social. Revista Eletrônica “Fórum Paulo Freire” Ano 2 Nº 2 Agosto 2006.NEMR, K. Câncer de cabeça e pescoço. In: MARCHESAN, I. Q. Fundamentos em fonoaudiologia: aspectos clínicos da motricidade oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. cap. 10. p. 103-15. PINTO, J. M. S. Vida sufocada: sofrimentos de pessoas com pneumopatias crônicas e a promoção da saúde pelo autocuidado- 2005.161 f. WHO 1997. Declaración de Yakarta, pp. 174-178. In Buss PM (ed.) 1998. Promoção da Saúde e Saúde Pública. ENSP, Rio de Janeiro. 178 pp. COLOMÉ, C. L. M; LANDERDAHL, M. C. Sala de Espera: Espaço para Re (Construção) do Conhecimento em Saúde. In: NIETSCHE, E.A. O Processo Educativo na Formação e na Práxis dos Profissionais da Saúde: Desafios, Compromissos e Utopias. Santa Maria: UFSM, 2009. Cap.14.p. 261-8.