Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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ACOLHIMENTO: espaço de diálogo e de encontro num serviço-escola
Olinda Lechmann Saldanha

Resumo


O relato apresenta a experiência dos processos de acolhimento realizados na Clínica Universitária Regional de Educação e Saúde (CURES), do Centro Universitário Univates, em Lajeado/RS. A Clínica teve suas atividades iniciadas em março de 2011, onde estagiários dos cursos de enfermagem, fisioterapia, nutrição e psicologia desenvolvem suas atividades de estágio, como parte do processo de formação. Considerando as novas Diretrizes Curriculares dos cursos da saúde aprovadas pelo Ministério da Educação, bem como os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), as ações neste serviço-escola preconizam a integralidade da atenção e tomam a saúde como resultado das condições de vida e a participação efetiva do usuário. Dessa forma, a Clínica visa construir com os municípios conveniados, redes de cuidado, de acordo com as necessidades de saúde de cada usuário. O Acolhimento é a primeira escuta efetuada no encontro com o usuário referenciado por estes municípios. Este encontro entre o usuário, dois estagiários de cursos distintos e um docente supervisor, é o momento de construção de vínculos, de mapear os desejos dos sujeitos e de co-responsabilização dos estudantes e profissionais da rede com o usuário. O acolhimento é uma ação tecno-assistencial que pressupõe a mudança da relação profissional/usuário por meio de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, sendo um modo de operar os processos de trabalho em saúde e a atender aos que procuram os serviços de saúde. Após o acolhimento, a equipe analisa as informações e as necessidades apresentadas pelo usuário e a partir delas serão propostas ações de cuidado, junto com a equipe de referência. É um momento em que a equipe precisa estar aberta para os diferentes sentidos e modos de vida, para a construção/desconstrução de saberes e processos e a reconstrução de possibilidades de vida. Dessa forma, esta atividade propicia aos estagiários o encontro com as redes que compõe a vida do usuário, e ainda, amplia as possibilidades de uma comunicação e interação, de transversalidade, de diálogo interdisciplinar na construção dos projetos terapêuticos singulares, rompendo com especialismos. Percebe-se que estas experiências têm promovido movimentos de desacomodação e questionamento entre docentes, estudantes e profissionais da rede, provocando o debate quanto à formação e as práticas em saúde e as necessidades de mudança na atenção à saúde.