Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
Assédio Moral: a violência subjetiva com agravos na saúde do trabalhador
Angela Brandi, Maria Edea G. Giovanini, Tereza Claudia Camargo

Resumo


A situação de assédio moral deve ser encarada como um problema dos mais sérios no ambiente de trabalho. Esse agravo pode levar a comprometimentos severos tanto da saúde física como da saúde mental. Normalmente a situação se inicia com a desqualificaficação do assediado, que é colocado à margem dos processos gerenciais e organizacionais dentro do ambiente em que se encontra, seu afastamento é quase sempre seguido por situações de constrangimento moral, sendo que por vezes o indivíduo é colocado numa situação de confinamento e ociosidade, obrigado a manter-se distante dos processos de trabalho. O objeto deste estudo foi apresentar uma reflexão sobre esta forma de violência. Os objetivos foram: Demonstrar como as situações de assédio comprometem a saúde e a produtividade do trabalhador. Apontar situações que caracterizam assédio no ambiente de trabalho. Como metodologia, realizamos um levantamento dos estudos recentes, nos últimos cinco anos, acerca deste tema, utilizando como descritores; assédio moral, saúde do trabalhador na área de saúde. Os resultados demonstraram que é comum o trabalhador adoecer, em conseqüência do abalo de sua autoestima e do fato de se sentir inoperante e desqualificado no exercício de suas funções. É comum observarmos que aquele que assedia, normalmente não sente culpa ou remorsos pelo que provoca em suas vítimas, suas investidas nem sempre são claras, e em alguns momentos são bastante sutis, e por desconhecer o que significa ser assediado moralmente, a vítima quase sempre inicia um processo onde perde sua autonomia, seu poder de criação, tendo dificuldade para definir o que tornou o ambiente de trabalho desagradável. Se o problema persiste, o profissional acaba por perder o interesse no trabalho, podendo desenvolver aversão ao ambiente e até adoecer física ou emocionalmente. O dano existencial lesa a personalidade, a dignidade e a capacidade de autodeterminação. O assédio atinge o maior grau de gravidade quando desequilibra a vida social, afetiva e familiar em conseqüência do desequilíbrio profissional.