Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
Atendimento em nefrologia e o funil da média complexidade: notas para pensar uma política estadual dirigida a portadores da doença renal crônica em fases não dialíticas
Frances Valéria Costa e Silva, Rachel Bregman, Rodriane de Oliveira Souza, Gisele Araújo dos Santos Penso

Resumo


Introdução: A repressão da demanda que busca atendimento em um ambulatório especializado em nefrologia levou a busca de informações sobre a oferta do atendimento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) - RJ. A doença renal crônica (DRC) atinge proporções crescentes da população e tem seu aumento associado à prevalência da hipertensão arterial e do diabetes mellitus. Para além da morbidade e mortalidade, o impacto no SUS pode ser mensurado pelos elevados custos das terapias de substituição renal (TRS). Diagnóstico precoce e tratamento adequado permitem retardar a evolução da doença, mantendo a população atingida em tratamento conservador, sem necessidade TRS. Para que esses resultados sejam possíveis é necessário garantir aos portadores da DRC, em estágios intermediários, o acompanhamento por uma equipe de cuidados em nefrologia. Por se tratar de serviço ambulatorial especializado, tais equipes devem estar inseridas na rede ambulatorial de média complexidade. A fragilidade desta rede é foco de nosso estudo. Objetivos: Mapear a oferta de serviços de média complexidade ambulatorial para atendimento a população acometida pela doença renal crônica em estágios não dialíticos. Método: A consulta por nefrologistas foi eleita como marcador da oferta do tratamento. Os dados foram obtidos através de consulta ao TABNET – SES – RJ. Foi selecionado o procedimento 0301010072 (consulta medica especializada) realizado por nefrologistas (CBO - 223139-Médico nefrologista) no período Jan/2010-Nov/2011. O número de consultas e os parâmetros propostos para sua análise são problematizados a luz do processo de trabalho de uma equipe de cuidado em nefrologia. Resultados: Aproximadamente 72.000 consultas em nefrologia foram ofertadas ao SUS em 2010. O número corresponde a 0,005 cons/hab/ano. Sua adequação frente ao proposto pela Portaria nº 1101/GM / 2002 deve ser ponderada ante a perspectiva de um cuidado integrado em nefrologia, cuja meta seja a redução do impacto da DRC. Conclusões: O mapeamento da oferta de cuidados a nefrologia é feito por meios indiretos. A tabela não contempla marcadores apropriados sobre serviços diversos da TRS. Os dados não permitem identificar os mecanismos de acesso a rede de média complexidade e ao cuidado conservador da função renal com vistas ao retardo da DRC. Na sequência deste estudo, contato formal com a rede de referência da região metropolitana- RJ busca mais informações acerca da questão estudada