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Os Conselhos e as Conferências de Saúde, no âmbito municipal, estadual e nacional, constituem-se nas instâncias oficiais de participação popular no Sistema Único de Saúde (SUS). Tais instâncias têm sido analisadas por diferentes segmentos da sociedade como: pesquisadores, gestores, profissionais de saúde e lideranças locais que apontam para a necessidade de sua reformulação, como também de ampliação de espaços de participação democrática e a gestão social do SUS. Esta pesquisa se propõe a estudar a participação dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) em um processo educativo - a Ouvidoria Coletiva (OC). Instância organizada para diagnosticar problemas de saúde e identificar soluções por meio do diálogo com atores sociais vinculados às parcelas mais pobres da população. Processo de educação não formal e implica na aprendizagem feita ao longo da participação. A questão orientadora é: como a OC atua enquanto espaço de ensino-aprendizagem não formal entre atores sociais diferentes? Victor Valla e Eduardo Stotz/ Fiocruz propuseram a OC para a ampliação da participação popular no Sistema Único de Saúde (SUS) e da mobilização social na busca de soluções para os impasses gerados pelos determinantes sociais do processo saúde-doença. Esta investigação busca pesquisa entender o processo de educação não formal dos profissionais de saúde pela OC enquanto tecnologia inovadora baseada na perspectiva da Educação Popular e Saúde e também tem entre seus principais objetivos desenvolver a OC como metodologia para formação dos profissionais de saúde da ESF. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utilizou os seguintes métodos de coleta de dados: Observação Participante; Grupo Focal e Entrevistas Coletivas e Individuais. O projeto encontra-se em fase de compilação e análise dos resultados segundo a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Foram realizadas capacitações com 480 profissionais da Atenção Básica em Itaboraí, cidade-sede do maior empreendimento da Petrobrás até hoje, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que desde seu anúncio em 2007 para início de funcionamento em 2013, tem mudado radicalmente as condições de vida e saúde da população. Análises dos resultados parciais apontam que a OC funciona como uma metodologia de formação dos profissionais de saúde na medida em que o diálogo com representantes comunitários e agentes sociais da população requer diferentes saberes sobre problemas de saúde e formas de seu enfrentamento.