Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Educação Permanente Interprofissional como dispositivo para a integração de saberes e desenvolvimento de práticas colaborativas na Estratégia Saúde da Família
Ana Ecilda Lima Ellery, Ricardo Jose Soares Pontes

Resumo


Introdução. Educação interprofissional ocorre quando estudantes de duas ou mais profissões aprendem sobre cada uma, permitindo a colaboração efetiva e melhorando os resultados da saúde. A educação interprofissional vem se configurando como um passo necessário para preparar a efetivação da colaboração interprofissional, de forma que os estudantes e os profissionais estejam melhores preparados para construírem juntos um projeto em comum de intervenção e responder às necessidades locais de saúde. Objetivo. Discutir a educação permanente interprofissional como dispositivo de construção de práticas colaborativas na ESF. Método. Estudo qualitativo, utilizando entrevistas e observação com profissionais da ESF, do NASF, estudantes e residentes, num CSF em Fortaleza, CE. Resultados. O modelo de formação e de educação permanente em saúde adotado no CSF estudado centra-se em trocas interprofissionais, havendo uma aproximação sistemática entre profissionais e estudantes, de diferentes categorias, no desenvolvimento de ações assistenciais e comunitárias, o que vem contribuindo para ampliar a visão dos profissionais sobre o processo saúde, doença e intervenção. Um profissional da saúde que está preparado para a prática colaborativa é alguém que vem aprendendo como trabalhar em um time interprofissional e tem competência para fazê-lo. A Educação Interprofissional tem lugar não somente na formação, quando estudantes têm a oportunidade de conviver com estudantes de outras categorias e aprender sobre outras profissões, mas também em relação aos próprios trabalhadores do SUS, na educação permanente. Considerações Finais. Propomos ser a concepção da educação permanente em saúde ampliada, incorporando a dimensão da interprofissionalidade, de forma a contribuir para a prática em colaboração entre os trabalhadores da ESF. Se, a despeito dos esforços empreendidos, os profissionais continuam a ser formados hegemonicamente na lógica da profissionalização, baseada na diferenciação entre os profissionais, não podemos prescindir de otimizar a educação permanente, implantando uma sistemática de operacionalização da mesma promotora da interprofissionalidade. As estratégias de “educação permanente interprofissional” devem ser planejadas e realizadas não por categorias, mas disseminando oportunidades de trabalho, estudo, pesquisa e reflexões no coletivo dos profissionais, das mais diversas profissões que atuam na atenção primária à saúde.