Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Classificação de risco e a abordagem familiar como organizadoras do trabalho odontológico em uma Equipe de Saúde da Família
Ivo Aurélio Lima Júnior, Marta Trabold, Marina Fernandes do Prado, Camille Melo Barreto e Sousa, Rebeca Nascimento Marinho da Silva, Maria Alice Pessanha de Carvalho

Resumo


Caracterização do problema: Quase 28 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista, um retrato da desassistência odontológica à população. No território de Bancários, coberto pelo Centro Municipal de Saúde Madre Teresa de Calcutá (CMSMTC), apresenta também demanda reprimida constituída ao longo de décadas, principalmente, de jovens e adultos, tendo em vista o perfil assistencial materno-infantil anterior a implantação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) na unidade. A Política Nacional de Saúde Bucal contempla a inserção da equipe de saúde bucal (ESB) na ESF, com vista à melhoria do acesso a esse tipo de serviço. Recentemente, o CMSMTC recebeu uma equipe de saúde bucal do tipo 1, para atender a duas equipes da ESF. Descrição da experiência: A organização do processo de trabalho apresentou-se como um desafio para a equipe de saúde bucal. Assim, foi necessária a utilização de uma Ficha de Risco Social e Biológico (Coordenação de Saúde Bucal do Município do Rio de Janeiro) para estabelecer critérios, que nortearam a ordem em que as famílias seriam atendidas. As informações para esta classificação foram obtidas a partir das Fichas A do SIAB e validadas pelos ACSs. As famílias mais vulneráveis, segundo a escala, foram convidadas para atividades de grupo, onde receberam informações sobre higiene bucal, escovação supervisionada, aplicação tópica de flúor (ATF), nos casos recomendados, e entrega dos kits contendo: escova, creme e fio dental, para todos os membros da família. Neste encontro, também foram agendadas as consultas odontológicas para as famílias, estas ficaram responsáveis por eleger o membro que iniciaria o tratamento na data marcada. As altas serão dadas por família, assim que todos os membros tiverem o tratamento concluído, dando lugar à outra família. Efeitos alcançados: Utilizando-se de informações de domínio da equipe, através de um instrumento objetivo, foi possível estruturar o serviço de maneira simples, fácil e clara, priorizando o atendimento dentro da ESF. Com a abordagem familiar espera-se compreender sua estrutura desenvolvimento e funcionamento, identificando recursos e elementos que possam contribuir para o estabelecimento do cuidado. Recomendações: Deve haver flexibilidade em relação à classificação de risco para que situações de urgência e as não classificadas pela escala com risco alto possam ser atendidas quando necessário. O trabalho com as famílias deve propiciar uma abordagem dinâmica, apta a realizar adaptações e mudanças.