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CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: A umbanda, uma religião sincrética que engloba elementos de diversas origens, como africanos, indígenas, e religiões como o catolicismo e o espiritismo, tem como maiores seguidores a população negra. As concepções de saúde e doença para esse segmento são, então, diferentes daquelas conhecidas pelas ciências médicas. Isso traz implicações para saúde pública no sentido de como inserir esses indivíduos nas práticas de saúde convencionais, haja vista, essa forma peculiar de ver as enfermidades e a maior propensão que a população negra tem a desenvolver diversas doenças, entre elas, a hipertensão arterial. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Projeto de Extensão Universitária com abordagem etnográfica, realizado em 2011, por meio de rodas de conversas e vivências em terreiros afro-brasileiros na cidade de Teresina – PI. O tema Hipertensão Arterial apresentou aspectos singulares. A roda fora constituída por cerca de 40 indivíduos, com idade entre 10 e 60 anos e estudantes de medicina. A população mostrou-se bastante atenta as informações, evidenciando-se, em certo momento, desconhecimento da doença por parte dos frequentadores. Após a conversa, a pressão arterial dos frequentadores foi aferida e constatou-se um grande número de indivíduos com pressão alta. EFEITOS ALCANÇADOS: O compartilhamento de informações construiu uma maior relação entre os sujeitos da conversa, permitindo assim uma orientação mais efetiva. O choque entre saberes científicos e populares foi, dessa forma, minimizado. Os indivíduos receberam o novo conhecimento e uniu as propostas de saúde a sua cultura, realidade e saberes. Pôde-se, assim, inserir a comunidade como parte das Políticas Públicas e reduzir o estranhamento entre essas duas culturas divergentes. RECOMENDAÇÕES: As dificuldades relacionadas à saúde da população negra não são advindas somente de suas características genéticas, mas principalmente do nível sócio-econômico e das desigualdades históricas e divergências culturais. Desse modo, as ações de maior eficácia sobre a saúde dessa população seriam aqueles que tivessem como objetivo melhorar as condições sociais e saúde desses indivíduos, levando em conta a cultura na qual estão inseridos. Ademais, faz-se necessária uma reforma do ensino, de forma a colocar os acadêmicos frente a uma ótica subjetiva do mundo além dos muros da Universidade.