Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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CONHECIMENTO E ATITUDES SOBRE CÂNCER DO COLO DO ÚTERO ENTRE TRABALHADORAS DE SAÚDE
Gilberto Andrade Tavares, Marco Antônio Vasconcelos Rêgo, Deivson Fábio Viana Santana Mundim, Joelma Naide do Nascimento

Resumo


Introdução: Estima-se que mais de 80% dos casos e mortes atribuídas ao câncer do colo do útero ocorrem nas regiões em desenvolvimento. A taxa de incidências nessas regiões é de 16,6 de novos casos para 100.000 mulheres ao ano ao passo que em países desenvolvidos a taxa é de 13,6 casos por 100.000 mulheres. As taxas de mortalidade são de 9,5 e 6,4 mortes por 100.000 respectivamente. O principal fator de risco para desenvolvimento do câncer do colo do útero é a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). Outros fatores de risco para o desenvolvimento deste câncer são: número de parceiros sexuais, idade na primeira relação sexual, comportamento sexual da mulher e de seus parceiros, tabagismo, alta paridade, uso prolongado de contraceptivos orais e fatores na dieta. O Ministério da Saúde do Brasil reconhece que o preventivo (Papanicolaou) é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. Toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve submeter-se ao exame preventivo periódico, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos. Alguns estudos brasileiros mostram uma cobertura satisfatória do exame preventivo em mulheres em idade fértil no país. No entanto, esta cobertura pode ser ampliada se algumas barreiras à realização do exame forem superadas. Algumas barreiras para o diagnóstico e acompanhamento da doença são: médicos que não as examinavam, tempo de espera longo para a consulta e agendamento demorado. A comunicação em saúde é um instrumento necessário para a transmissão eficaz deste conhecimento para sensibilização das mulheres para a prevenção do câncer do colo do útero. Objetivos: Este trabalho se propôs a avaliar o nível de conhecimento entre trabalhadoras da área de saúde sobre o câncer do colo do útero e correlacionar este saber com a prevenção primária dessas profissionais sobre este câncer. Métodos: Foi realizado um estudo de corte transversal no período de maio a setembro de 2011 em uma empresa de Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) em Salvador e Lauro de Freitas, Bahia. Resultados: A maioria das profissionais da área de saúde tinha um conhecimento razoável sobre o câncer do colo do útero em relação aos fatores de risco, sinais da doença e métodos de detecção precoce. O conhecimento sobre a freqüência para realizar o preventivo apresentou baixa equivalência com os parâmetros atuais do Ministério da Saúde. Não houve diferença quando o conhecimento foi correlacionado ao tempo de serviço, experiência profissional com o câncer do colo do útero, escolaridade e renda da família da trabalhadora. A grande maioria das trabalhadoras realizava o preventivo regularmente. Conclusão: Os principais motivos que levaram a essas profissionais a realizá-lo regularmente foram por ser parte dos exames de rotina, consciência da prevenção, vontade própria, por estar na idade de realizar, por solicitação médica, por influência de campanhas e por se sentir vulnerável a doença. Houve uma correlação positiva entre a atitude de prevenção e conhecimento adequado sobre a doença. Entre aquelas que não realizavam a prevenção como recomendada, os principais fatores para isso foram: descuido, por falta de tempo, outras razões (incluindo não ter iniciado a atividade sexual, falta de convênio de saúde e desmarcações dos exames), medo de descobrir a doença, por não ter problemas ginecológicos, então o exame é desnecessário e custo do exame. Não houve diferença entre conhecimento inadequado e não realizar o Papanicolaou com regularidade.