Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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CONHECIMENTO PROFISSIONAL SOBRE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E SUA RELAÇÃO COM OS RISCOS À SAÚDE INDIVIDUAL E COLETIVA
Nilva Lúcia Rech Stedile, Vânia Elisabete Schneider, Janini Cristina Paiz

Resumo


Os RSS embora representem uma fração pequena dos resíduos gerados na sociedade, suas características, especialmente heterogeneidade e patogenicidade, exigem cuidados especiais. É comum encontrar profissionais que não conhecem suficientemente as formas adequadas de manejo o que influencia diretamente a geração mássica e os riscos a saúde dos trabalhadores e usuários (riscos diretos) e da população (riscos indiretos), pelo comprometimento do meio ambiente. O conhecimento dos profissionais torna-se ponto de partida para o correto manejo. Para examinar a relação entre conhecimento e riscos foi aplicado um questionário aos profissionais (N=53) que atuam em unidades de ensino e pesquisa em uma Universidade (Ambulatórios, Clínica de Fisioterapia, Laboratórios, Instituto de Medicina do Esporte, distribuídos em duas unidades: U1 e U2), sobre classificação e segregação de resíduos. Em etapa posterior foi realizada a caracterização e composição física e gravimétrica dos resíduos gerados em uma semana em cada unidade, bem como observações diretas dos locais e da conduta dos profissionais frente aos resíduos. Os instrumentos foram elaborados com base nas Resoluções ANVISA nº 306/04 e CONAMA nº 358/05. Os resultados obtidos com o questionário indicam que: a) os resíduos que geraram menos dúvidas no momento da segregação foram os infectantes sendo os que obtiveram,. consequentemente, menor grau de mistura na segregação; b) há dificuldade em compreender o potencial de risco químico em maior proporção que o risco biológico; c) há confusão quanto a classificação de “vacinas”, sendo que muitas vezes esta categoria de resíduo é indicada como químico. Quanto à segregação dos resíduos, constatou-se que: a) 18,5% na U1 e 12,95% na U2 dos resíduos acondicionados como resíduos infectantes não eram deste grupo; b) 36,2% na U1 e 6,08% na U2 dos resíduos comuns não eram deste grupo; c) 21,97% na U1 e 54,08% na U2 dos resíduos acondicionados como recicláveis pertenciam a outra tipologia; d)74,88% na U2 dos resíduos celulósicos não integravam esta categoria. Conlcui-se que os profissionais possuem conhecimento insuficiente sobre a classificação dos resíduos, o que compromete a qualidade da segregação e todas as etapas subseqüentes, causando aumento dos riscos sobre a saúde humana e ambiental.