Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Estratégias de aprendizagem em oncologia: a experiência da especialização lato sensu do Instituto Nacional de Câncer
Joecy de Andrade, Rildo Pereira da Silva, Márcia Marília Vargas Fróes Skaba

Resumo


As formas como as pessoas incorporam o conhecimento têm sido desafiadoras para os estudiosos da metacognição. Parte dos estudos existentes funda-se em concepções tradicionais do processo ensino-aprendizagem, constituindo-se de abordagens associacionistas que privilegiam as práticas educacionais repetitivas, com ênfase no repasse de informações. Objetivou-se identificar e classificar as estratégias de aprendizagem e os hábitos de estudo adotados pelos discentes dos Cursos de Especialização em Oncologia da Coordenação de Educação (CEDC) do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Neste sentido, empreendeu-se pesquisa descritivo-quantitativa do tipo censo, realizada com 65 discentes (96% dos matriculados na Especialização Lato Sensu do INCA), compreendendo os cursos de Engenharia Clínica Aplicada à Oncologia, Farmácia Hospitalar em Oncologia, Física Médica na Área de Radiodiagnóstico, Física Médica na Área de Radioterapia, Fisioterapia em Oncologia, Nutrição em Oncologia, Patologia Clínica em Oncologia, Psicologia em Oncologia e Serviço Social em Oncologia. Elegeu-se como referencial teórico a crítica construtivista de Juan Ignácio Pozo às teorias da aprendizagem. Adotou-se como instrumento de pesquisa um questionário com 19 questões fechadas e 2 abertas. Os dados obtidos foram classificados em: recursos instrucionais predominantes; local de estudo mais frequentado; frequência de estudo; carga horária de estudo; objetivo de estudar; razão para estudar; determinantes da mudança de hábitos de estudo; circunstâncias que alteram a maneira de estudar; aquisição de estratégias de aprendizagem; possibilidade de mudança de hábitos de estudo; ato de conhecer e modo de estudo associado; possíveis usos do conhecimento; coerência entre os conceitos de conhecimento e de estudar. Após identificação de 14 diagramas e suas respectivas 62 trilhas de aprendizagem com até 7 etapas cada uma, pôde-se optar por uma taxionomia simplificada dos estilos de aprendizagem, categorizada em 3 estilos: metódico (43 discentes: 66%), inseguro (14 discentes: 22%) e incisivo (8 discentes: 12%). Conclui-se que, ao estabelecer uma relação entre o sucesso da aplicação de estratégias e o conhecimento metacognitivo, praticando assim uma reflexão sobre os próprios processos de aprendizagem, os discentes podem desenvolver um metaconhecimento, ou seja, um saber sobre aquilo que já sabem, tornando-os conscientes de sua cognição e dos recursos disponíveis para a aprendizagem eficaz.