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A participação popular é em potencial um diferencial no que se refere a conquistas no setor saúde, tendo como exemplo a própria institucionalização do SUS. Nesse sentido, a participação popular emerge como um fator preponderante na prática da educação popular em saúde. O presente estudo é parte da pesquisa “Participação popular na Estratégia Saúdeda Família” realizada pelo PET-Saúde da Universidade Estadual do Ceará, que visa apreender as diferentes visões de trabalhadores em saúde e usuários sobre a participação. Trata-se de uma pesquisa participante de abordagem qualitativa. Os resultados tiveram a função de propiciar subsídios para elaboração de plano de ação participativo desenvolvido coletivamente com atores da academia e da comunidade. Consistiram cenário da pesquisa 5 Centros de Saúde da Família da SER-IV de Fortaleza/CE. Foram utilizadas como técnicas de coleta dos dados o grupo focal e a observação participante, sendo realizados 15 grupos focais (um com profissionais, outro com ACS’s e outro com usuários). Já as observações, foram feitas por 30 estudantes de diferentes áreas do conhecimento, inseridos no serviço. A partir dos dados coletados, emergiram algumas problemáticas. A partir delas, foi elaborado o planejamento participativo. Para isso, foram apreciadas quatro fases: (i) análise da situação de saúde, considerando as variáveis epidemiológicas, demográficas e socioeconômicas; (ii) definição de políticas, sendo essas os objetivos do plano; (iii) propostas de intervenção, incluindo suas estratégias, viabilidade e elaboração de projetos; e (iv) a fase tático-operacional, considerando a elaboração efetiva do Plano de Saúde, com descrições detalhadas dos passos metodológicos necessários. A oficina de elaboração do planejamento estratégico foi dividida em dois encontros. No primeiro encontro, os 21 problemas principais que emergiram na coleta de dados foram classificados por ordem de importância. No segundo encontro, tais problemas foram, então, agrupados, estando em evidência: “a pouca participação dos usuários”; “desconhecimento das ações do conselho”; “conselho local sem resolubilidade e sem credibilidade”; e “participação pouco efetiva dos profissionais”. Pode-se concluir que o plano de ação elaborado pela própria comunidade, valorizando saberes relativos à Educação Popular, vislumbrou aspectos inerentes às entrelinhas da realidade sucumbida e repleta de subjetividade em que a comunidade se encontra.