Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Gênero, sexualidade e saúde na formação médica integrada à comunidade
Thaís Sayuri Yamamoto, Priscilla Andrade Nogueira Souza, Mônica Tereza Christa Machado, Lívia Henrique Silva Boechat, Julianna Vasconcelos Gomes, Diego Cerqueiro Alexandre

Resumo


A disciplina Trabalho de Campo Supervisionado I, oferecida aos alunos do primeiro ano de medicina, visa a uma educação médica voltada para uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, de profissionais capacitados a atuar no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania. Para isto, um dos campos de prática eleito trata da temática “Gênero, Sexualidade de Saúde”, em que semestralmente estão inseridos 10 a 13 alunos, acompanhados por um preceptor. A fundamentação teórica se dá através da leitura de textos sobre integralidade, metodologia participativa, abordagem qualitativa em saúde, e assuntos específicos relacionados ao campo, que incluem: conceituação dos termos gênero, sexo e sexualidade; direitos sexuais e reprodutivos; políticas de saúde para os homens e para a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais; adoção por casais homoafetivos; e abordagem da sexualidade e das doenças sexualmente transmissíveis com adolescentes. No campo, os futuros médicos são estimulados a construírem o conhecimento através da leitura e discussão de artigos científicos recentes; de exibição e debates sobre curtas-metragens educacionais e filmes comerciais relacionados à temática do campo; da realização de juris simulados; da preparação de atividades a serem desenvolvidas com adolescentes do ensino fundamental e médio, em escolas públicas e/ou privadas; e de visitas a organizações não-governamentais que promovam a equidade de gênero e o fim da violência contra mulheres, crianças e jovens, e que lutem pelos direitos e contra a discriminação contra a população LGBT. Ao final de cada semestre, os alunos adquirem mais ferramentas para atuarem junto à comunidade, incorporando em sua prática princípios fundamentais como o vínculo e a responsabilização, a intesertorialidade, e a promoção da cidadania dos usuários. Acreditamos que uma educação médica fundamentada numa prática educacional que privilegie saberes outros que não e tão-somente o saber docente, possibilita romper dicotomias, estimulando a articulação das diversas esferas que envolvem o processo de formação, e favorecendo a construção de um conhecimento específico de maneira coletiva e pactuada com as demandas sociais do campo da saúde, na perspectiva da consolidação da integralidade.