Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Grupo da Coluna: efeitos sobre a dor, qualidade de vida e funcionalidade em homens usuários do SUS
Patrícia Thurow Bartz, Adriane Vieira, Anita Falk Giuliano

Resumo


Introdução: Pesquisas envolvendo a educação da postura apresentam um maior percentual de participantes do sexo feminino. Esse fato condiz com a tendência de as mulheres prestarem maior atenção a saúde e serem mais acometidas por dores musculoesqueléticas crônicas. Os dados coletados durante um ano e meio no projeto de extensão Grupo da Coluna (GC) no contexto do SUS, que desenvolve atividades com usuários com dores musculoesqueléticas crônicas de uma UBS, também demonstraram uma participação reduzida de homens. No período citado, 54 usuários participaram do projeto, sendo 43 mulheres e apenas 11 homens. Devido à baixa procura de homens pelo projeto, surgiu o interesse em investigar se o GC estava sendo eficaz para esta população. Objetivo: Identificar os efeitos do Grupo da Coluna na intensidade da dor, qualidade de vida e funcionalidade de homens usuários do SUS com dor musculoesquelética crônica. Método: A amostra deste estudo foi composta por 11 homens (59,18±12,31 anos) que aderiram ao GC. O GC foi realizado em uma UBS da cidade de Porto Alegre e foi embasada na metodologia das Escolas Posturais, contendo cinco encontros teórico-práticos, com duas horas de duração. A cada aula era abordado um assunto relacionado a postura em atividades de vida diária e realizado exercícios, como alongamento, percepção corporal e relaxamento. A Escala Visual Analógica foi utilizada para avaliar a intensidade da dor, o questionário Medical Outcome Study 36 (SF-36) para verificar a qualidade de vida e o questionário Oswestry Disability Index para verificar a funcionalidade dos participantes. Para análise estatística foi utilizado o teste de Wilcoxon, sendo a=0,05. Resultados: Os resultados demonstram que houve uma diferença significativa na média da intensidade da dor (p=0,02), melhora significativa em cinco dos oito domínios do questionário SF-36: capacidade funcional (p=0,007), aspectos físicos (p=0,016), dor (p=0,043), vitalidade (p=0,049) e saúde mental (p=0,012) e melhora significativa da funcionalidade (p=0,02), tendo a média de incapacidade funcional passado de moderada (25±12,08) no pré-teste para mínima (13,6±7,35) no pós-teste. Conclusão: Conclui-se que o GC foi eficiente na melhora da qualidade de vida, funcionalidade e diminuição da intensidade da dor, sendo necessário pensar estratégias que possam estimular ou viabilizar a maior participação do público masculino com dor musculoesquelética crônica nos projetos de educação em saúde.