Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Implementação da vigilância da qualidade da água para consumo humano: experiência de formação dialogada para operacionalização de ações básicas
Rose Ferraz Carmo, Paula Dias Bevilacqua, Ana Carolina Cordeiro Soares, Daniel Cobucci de Oliveira, Juliana Ferreira de Oliveira, Cristiane Magalhães de Melo, Rafael Kopschitz Xavier Bastos

Resumo


Entre 2006 e 2007 desenvolvemos no município de Viçosa-MG, um projeto que visava contribuir com a estruturação da Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VQACH), em fase incipiente de implementação. A metodologia adotada no projeto foi estruturada a partir dos elementos constituintes do Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA) e procurou, a partir de adaptações, compensar aspectos limitantes, como a existência de apenas um profissional responsável pela VQACH no município. Na fase inicial do estudo, detectamos inconsistências com relação ao cadastramento das formas de abastecimento de água, realizado em 2005, ocasião em que foram identificados 14 sistemas, 16 soluções alternativas coletivas e 224 individuais. Assim, construímos em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) uma capacitação teórico-prática destinada a agentes de endemia (AE) e fiscais sanitários da Vigilância Sanitária (FS) sobre cadastro e inspeção das formas de abastecimento de água do município, etapa primordial para o planejamento das ações do VIGIAGUA. A capacitação envolveu 27 AE e 10 FS e privilegiou a adoção de metodologia participativa, onde em um primeiro momento foram abordados temas como: qualidade da água; vigilância e controle; VIGIAGUA; formas de abastecimento de água, além do preenchimento dos formulários de cadastro e inspeção padronizados pelo Ministério da Saúde. Posteriormente, os profissionais foram levados a campo para identificar diferentes formas de abastecimento, vivenciar o preenchimento dos formulários de cadastro e etapas da inspeção. A experiência de campo dos profissionais permitiu sugerir a inclusão de um campo com a numeração das residências adotada no trabalho de combate à dengue, além do agrupamento dos roteiros de cadastro e inspeção, de forma a se relacionar informações de diferentes atividades e facilitar o preenchimento dos formulários. Após a capacitação, os AE cadastraram e inspecionaram mais 342 soluções alternativas individuais totalizando 566. Tal experiência, além de contemplar o preconizado pelo VIGIAGUA no que diz respeito à formação de recursos humanos, corrobora com o princípio da descentralização e a necessidade de adequação do Programa às especificidades locais, reforçando que os preceitos da educação permanente, longe de ultrapassados, são importantes para a efetivação de ações mais consequentes de prevenção de doenças e promoção da saúde.