Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
Fatores associados à realização do Papanicolau e entre mulheres de 40 a 69 anos de idade cadastradas na Estratégia de Saúde da Família
Adriane Pires Batiston, Edson Mamoru Tamaki, Laís Alves de Souza, Arthur de Almeida Medeiros, Mara Lisiane de Moraes dos Santos

Resumo


Introdução: O câncer do colo uterino apresenta-se como um desafio constante para a saúde pública no Brasil. É a segunda neoplasia mais incidente nas mulheres, com variações entre diferentes regiões do país. O diagnóstico precoce pode ser feito em 90% dos casos pelo exame de Papanicolaou que está garantido a todas as mulheres pelo Sistema Único de Saúde. Entretanto, apesar do Brasil, ter sido um dos primeiros países a utilizar a colposcopia associada ao exame citopatológico (Papanicolaou) para a detecção precoce do câncer do colo do útero, ainda tem uma das mais altas taxas de mortalidade por esse tipo de câncer. Objetivo: Este estudo teve como objetivo conhecer a freqüência de realização do Papanicolau e fatores associados a esta realização. Método: Trata-se de um estudo transversal, no qual foram estudadas 393 mulheres cadastradas na ESF na cidade de Dourados. O instrumento de coleta de dados foi constituído de um questionário estruturado aplicado por meio de entrevista na residência das mulheres. Foram investigadas variáveis sócio-demográficas, e a freqüência da realização do Papanicolau. Os dados foram analisados por estatística e para a associação das variáveis utilizou-se o teste do qui-quadrado com significância de 5%. Resultados: A idade média observada foi de 52,4 ± 8,1 anos. A maioria relatou possuir estudo formal (87,3%), sendo que o tempo médio de estudo foi de 4,4 ± 3,6 anos e tendo 48,6% das mulheres de 1 a 4 anos de estudo. 47,3% são brancas, 58,5% são casadas, 73,3% não exercem atividade profissional fora de sua residência, 86% possuem casa própria e 82,2% são SUS dependentes. O Papanicolau já foi realizado por 84,5% das mulheres , sendo que apenas 41% realizaram o exame anualmente conforme preconizado. A realização do Papanicolau não esteve associada às variáveis: anos de estudo (p=0,25), cor da pele (p=0,10) e idade (p=0148). O Papanicolau esteve significativamente associado à situação conjugal, de forma que mulheres com companheiro realizam o exame mais freqüentemente (p=0,008). Conclusão: A maioria das mulheres já realizou o Papanicolau, entretanto menos da metade realizaram o exame na freqüência recomendada. As mulheres solteiras aderem menos à realização do exame, sendo este grupo vulnerável, devendo ser foco de ações educativas e diagnósticas específicas.