Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O Brincar na Realidade dos Becos da Rocinha
Nair Saraiva Almeida

Resumo


Desde os primórdios o brincar é essencial às crianças e nos revela de diversas formas o seu poder terapêutico, além de constituir auxílio na boa formação infantil, nas esferas emocional, intelectiva, social, e física. Neste sentido, brincar é parte ativa, agradável e interativa do desenvolvimento intelectual do ser humano. Esta idéia surgiu durante curso de Educação em Saúde administrado pela coordenação central de Extensão – CCE-PUC-RJ, University of Columblia, iniciado em agosto de 2011. É destinado aos profissionais da Saúde, vinculados a SMSDC–RJ, moradores da comunidade local e outros. Uma orientação básica é que os participantes possam tomar parte de oficinas comunitárias com a responsabilidade de explorar a mídia digital (fotos e vídeos) enfocando temas sobre os principais problemas de saúde e educação da comunidade. Assim, transitando por diversos territórios da Rocinha, o grupo fotografou diversos momentos de brincadeiras de crianças na Rocinha em espaços íngremes. Isso suscitou reflexão sobre o tema, em busca de respostas para a pergunta: com é possível brincadeiras das crianças nos becos daquela comunidade? A Rocinha é uma comunidade onde moram mais de setenta milhões de pessoas (Censo 2010). Neste universo brincam as crianças nos becos, sem a combinação de ações das políticas públicas voltadas para os campos da educação, culturas, saúde, habitação, saneamento ambiental, transportes e direitos humanos. Frente a este contexto, como postular um lugar para o imaginário, para tudo o que constitui a vida psíquica das pessoas, inclusive a ludicidade? Como brincar numa realidade o recursos e espaços de convivências são restritos e ou/insuficientes? Questões como estas animam debate sobre o espaço físico do brincar na Rocinha contemporânea na perspectiva lúdica, e o fazem sem produzir respostas conclusivas e unidirecionadas. É possível perceber que brincar não tem nada a ver com orçamento familiar. Uma criança moradora da Rocinha é capaz de brincar com paus e pedras. Uma vassoura pode virar um cavalo; o arranhador do gato pode virar um castelo. A proposta deste trabalho é de transitar por experiências das brincadeiras das crianças nos poucos espaços físicos da comunidade da Rocinha, fotografando e observando os diversos tipos de brincadeira em espaços físicos insalubres e deficientes para algumas brincadeiras em que, mesmo em ambientes pouco convidativos, as crianças insistem em brincar. Este tipo de trabalho pode nos ajudar a mostrar porque, independente do cenário, a idéia de infância insiste em não desvanecer Incluir os Co-autores: Flávio Wittlin, Fátima Freitas, Gláucia de Melo Britto, Helena Bastos, Juliana Borenstein, João Eugênio Diaz, Luciana G. A. Pinto Martins, Mayra dos Anjos