Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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PAPEL DA FEIRA DE SAÚDE NA FORMAÇÃO MÉDICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
André Fonseca Nunes, Manoel Guedes de Almeida, Tayná Maria Gonçalves Varão Silva, Laio Santana Passos, José Ivo dos Santos Pedrosa

Resumo


CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: A formação médica brasileira assenta-se em um modelo individualista de atenção em saúde segmentado e orgânico, segundo uma ótica flexneriana e hospitalocêntrica da práxis, que tem se mostrado ineficiente por excluir a sociedade do processo de construção dos profissionais e suas práticas. Diante desse contexto, os eventos de Extensão Universitária, como feiras de saúde, trabalham com ações de promoção e prevenção em saúde que visam à vivência conjunta entre o indivíduo e o acadêmico, quanto à construção do saber, levando em conta a participação ativa da comunidade sobre os fatores determinantes do processo saúde-doença, sejam físicos ou simbólicos, na efetivação do Controle Social aplicado aos sistemas de ensino-aprendizagem. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O projeto I Feira de Saúde da Vila Galvão teve uma abordagem holística, por meio de palestras e rodas de conversas com tema livre ou previamente determinados em reuniões com membros da comunidade, trocas culturais, vivências, grupos focais e atividades recreativas de esporte, lazer e exposições de grupos culturais locais. Fora realizada uma apresentação teatral constituída por estudantes inscritos em conjunto com membros da comunidade. Além disso, realizaram-se testes de triagem, como glicemia e aferição de pressão arterial e atendimentos ambulatoriais, em associação com a Estratégia Saúde da Família (ESF) local, de modo a integrar as atividades extensionistas aos serviços da ESF. EFEITOS ALCANÇADOS: O evento fora capaz de integrar a academia e a comunidade na edificação de saberes e fazeres em saúde, tão necessária à construção de hábitos indispensáveis à prática humanizada em saúde, por um lado, e do controle Social dessas práticas, propiciando o aprendizado, a docência e o entendimento da realidade local pelos olhos dessa realidade. RECOMENDAÇÕES: É imperativo inserir o estudante universitário em um ambiente social dinâmico de interações e inter-subjetividades, de modo que compreenda a saúde como um constructo sócio-cultural do qual ele próprio toma parte como agente formador e que ativamente o modifica. Além disso, instigar na comunidade o sentimento motriz de uma vida saudável, por meio de mudanças de hábitos e Controle Social, ampliando, dessa maneira, a visão tradicionalista do processo saúde-doença, constitui elo último para o funcionamento dos Sistemas de Saúde.