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A formação do enfermeiro, historicamente, tem se ajustado às políticas econômicas e educacionais vigentes. É possível perceber diferentes movimentos na Educação Superior em Enfermagem, ora voltados ao tratamento e reabilitação, ora à prevenção de doenças e promoção da saúde. O estudo teve como objetivo conhecer a importância que enfermeiros graduados em uma universidade pública do estado do Rio de Janeiro atribuem aos conteúdos relacionados à Saúde Coletiva durante a graduação, após mudanças curriculares. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP/Fiocruz através do Parecer Nº 76 /10. Foram aplicados questionários com perguntas mistas e solicitados que classificassem o grau de importância da abordagem das disciplinas ligadas à Saúde Coletiva durante a graduação. Dos 28 participantes, 25 avaliaram como “muito importante”, e 03 como “importante” os aspectos formativos ligados à Saúde Coletiva. Diferente do encontrado em pesquisas de décadas anteriores, onde o campo de interesse após a graduação era predominantemente hospitalar, este grupo revelou amplo interesse à Saúde Coletiva, fato relacionado ao forte impacto no mercado de trabalho em saúde traduzido com a municipalização dos serviços sanitários após a implantação do Sistema Único de Saúde e, recentemente, com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Graduação em Enfermagem. Tal fato deve ser analisado na formulação e implantação de políticas e programas de Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde, onde se tem preconizado vínculo, acolhimento, humanização, e integralidade na assistência e, paralelamente, o trabalhador está submetido à égide da economia liberal com cenários de flexibilização das relações e contratos de trabalho, competitividade, empregabilidade e precarização do trabalho. Discutimos qual (is) a (s) possibilidade (s) de satisfação profissional e melhor qualidade na assistência à saúde com a convergência destes paradigmas (contraditórios).