Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Observatório do Trabalho na FESF-SUS: um olhar sobre o perfil dos profissionais da instituição
Leandro Dominguez Barretto, Rafaela Cordeiro Freire, Maristela Maria Alves da Silva, Grace Fátima Souza Rosa, Luciana Maciel de Almeida Lopes

Resumo


O observatório do trabalho em saúde é uma iniciativa voltada à análise da situação do trabalho e emprego dos profissionais de saúde em serviços vinculados ao Sistema Único de Saúde. A partir de estudos sobre as diferentes formas de vinculação dos trabalhadores, sua remuneração, caracterização da carreira, satisfação e perspectivas em relação ao trabalho, busca-se reunir informações sobre a situação do trabalho no SUS e verificar tendências de forma a fornecer parâmetros para subsidiar a elaboração de políticas voltadas a qualificação do trabalho em saúde. O observatório do trabalho da FESF-SUS vem estruturando-se desde sua criação em 2010, desenvolvendo pesquisas que buscam identificar fatores de atração e fixação dos trabalhadores da estratégia de saúde da família. Neste estudo apresentamos um breve perfil de médicos, enfermeiros e dentistas vinculados à instituição, voltado à análise da situação do trabalho e emprego, satisfação e perspectivas em relação ao trabalho, fornecendo parâmetros para a elaboração de políticas públicas. Através da aplicação de questionário a 187 profissionais contratados até setembro de 2011, observou-se que 33% dos dentistas e 55% dos médicos de família são homens, enquanto 85% dos enfermeiros são mulheres. Entre os médicos, 44% possuem algum tipo de especialização, mas apenas 29% é em saúde da família. Para os cirurgiões-dentistas estes números sobem para 65% e 33%, enquanto que para os enfermeiros 83% possui especialização sendo 45% em saúde da família. Antes da contratação pela FESF-SUS 62% de todos os profissionais atuavam com vínculos “precarizados”, ou seja, que não garantiam direitos trabalhistas, com uma porcentagem semelhante entre médicos, enfermeiros e dentistas. A oferta de educação permanente foi considerada fator de fixação mais importante para 66% dos profissionais, enquanto a remuneração ficou em segundo lugar, com 64% de importância. Dentre as demandas de educação, as Urgências na Atenção Primária foi o tema mais citado pelos profissionais, seguido das doenças crônicas (Hipertensão e Diabetes) e doenças mentais e abuso de drogas. Conclui-se que a FESF-SUS é uma importante política de combate a precarização de vínculos e que as ofertas educacionais são importantes fatores de atração de profissionais. Deve-se ampliar o investimento nas políticas de formação de médicos especialistas em saúde da família.