Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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POLÍTICAS NACIONAIS DE CONTROLE DA HANSENÍASE: REFLEXO DE SUA EVOLUÇÃO NO CONTROLE DA MOLÉSTIA
Antonio Allan Camilo Oliveira Silva Sales, Tayná Maria Gonçalves Varão Silva, Manoel Guedes de Almeida, André Fonseca Nunes, José Ivo dos Santos Pedrosa

Resumo


INTRODUÇÃO: A hanseníase deve ser entendida não só como um processo somático, mas como um fenômeno complexo com fatores psicológicos, socioeconômicos e até mesmo culturais inerentes, que sempre fora um obstáculo às políticas públicas. Em linhas gerais, é uma doença diretamente ligada à falta de educação sanitária e à inacessibilidade aos sistemas de saúde, sendo, porém, de fácil diagnóstico e plenamente curável. Nesse sentido, políticas públicas eficazes, resultante da atuação conjunta do Estado, de profissionais de saúde qualificados e da população instruída, demonstram ser o caminho para a redução da incidência da doença e melhora na qualidade de vida dos portadores. OBJETIVOS: Abordar a evolução das políticas públicas de combate à hanseníase, levando em conta o papel do SUS e da participação social na efetivação dessas políticas, avaliando o reflexo dessa evolução sobre a morbi-mortalidade por hanseníase no Brasil. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica sistemática das Políticas Nacionais de Controle da Hanseníase no DATASUS, SCIELO e BVS. RESULTADOS: As primeiras políticas públicas se baseavam no isolamento do paciente hansênico do convívio social, que se mostrara ineficaz na cura dos doentes, ocasionando sequelas físicas e psíquicas. O advento das sulfonas na década de 40 permitiu a abolição desse isolamento, com tratamento ambulatorial descentralizado. No entanto, a partir da década de 70 a resistência às sulfonas tornara-se sério obstáculo ao enfrentamento da doença, que foi contornada, a partir da década de 90, pela implantação da poliquimioterapia, esquema padrão atualmente. A articulação à Rede da ESF permitiu maior difusão do atendimento e tratamento ambulatorial, que recebeu adesão da população, informada através de ações de educação sanitária desmistificadoras da doença. Não há como negar também que a substituição do nome lepra para hanseníase, proposta desde a década de 60, minimizou muito do pensamento estigmatizante que acompanhou a doença por milênios. CONCLUSÃO: Houve importantes avanços nas políticas públicas de combate à hanseníase, decorrente da construção de uma Rede de ESF que permitiu maior acesso da população a um atendimento e tratamento eficaz, assim como a medidas de conscientização em relação à doença. No entanto, se verifica que esta moléstia ainda é um problema de saúde preocupante, evidenciando falhas nessas políticas, que devem ser identificadas e corrigidas para controle definitivo dessa doença.