Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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PERCEPÇÕES DO PACIENTE SOBRE O PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE UTILIZADO NO SETOR DE HEMODINÂMICA DE UM HOSPITAL DE PORTO ALEGRE
Naiara Conterno, Nilva Lúcia Rech Stedile

Resumo


O setor de Hemodinâmica de um hospital da cidade de Porto Alegre/RS possui como método de ensino a transmissão de um vídeo educativo com orientações sobre o procedimento hemodinâmico que irá ser realizado. O recurso audiovisual é transmitido antes mesmo que o usuário esteja internado e o profissional de saúde, seja ele Enfermeiro ou Técnico de Enfermagem atua apenas para sanar dúvidas dos usuários e serviços rotineiros em um setor de Hemodinâmica. Esta pesquisa aconteceu no segundo semestre de 2011, sendo o trabalho de conclusão de curso da pesquisadora. Os objetivos foram verificar conforme a percepção dos usuários se as orientações recebidas foram suficientes conforme sua percepção e analisar a inserção do Enfermeiro enquanto educador em saúde. O estudo foi de natureza qualitativa, a coleta de dados deu-se por meio de uma entrevista semi-estruturada, gravada e organizada por um roteiro de questões norteadoras. As respostas foram transcritas para a categorização dos resultados conforme a análise de conteúdo proposta por Bardin. A educação popular em saúde é uma ferramenta de trabalho fundamental aos profissionais da saúde. Discutindo à concepção de educação e o processo de humanização, Freire caracteriza duas concepções opostas de educação: a concepção bancária e a concepção problematizadora. Para Heidemann (2010) “A educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é a transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significado”. conforme Heidemann (2006) ao enfermeiro cabe a função de ouvir o usuário e construir juntamente com o mesmo um saber popular. Nash (2009) fala que a pluralidade dos recursos midiáticos como objeto de aprendizagem promove uma maior eficiência no processo educacional. No entanto, Rosa (2000) diz ser necessário usar de forma criteriosa os recursos audiovisuais para que sejam eficientes e úteis. O processo de educação em saúde seja ele realizado com ou se tecnologias (reconhecida ou não pelo paciente) necessita ter bases nos preceitos de Paulo Freire. De nada adianta usar de recursos midiáticos de última geração se a individualidade do paciente não for respeitada e se o processo de educação continuar verticalizado e com uma relação de opressor/oprimido. Assim, é necessário que o Enfermeiro, enquanto educador em saúde disponha de recursos que possibilitem perceber a necessidade dos pacientes em receber orientação extra ao vídeo.