Tamanho da fonte: 

Introdução: Projeto de avaliação da qualidade da atenção em hipertensão arterial sistêmica e diabete melito, financiado pelo Ministério da Saúde do Brasil, visa identificar estratégias para qualificar o cuidado às enfermidades crônicas. A pesquisa analisa um serviço de Atenção Primária, localizado na zona norte e leste de Porto Alegre, onde atuam 12 equipes de saúde, referência para uma população de 108.560 habitantes, sendo estimados 20.120 hipertensos e 6.190 diabéticos. Objetivos: identificar, descrever e analisar aspectos na assistência à saúde, gestão, e processos educacionais relacionados ao controle clínico destas enfermidades. Método: estudo longitudinal por quatro anos, que teve início em março de 2010 com a coleta de dados de linha de base, envolvendo população e profissionais, do tipo avalia-intervém-avalia. A avaliação inclui indicadores de morbidade, hospitalização, mortalidade, processos clínicos e ações populacionais. A intervenção consiste em atividades educativas às equipes multidisciplinares e implementação de novas tecnologias. Após a linha de base, cinco coletas de dados avaliarão se os processos educacionais resultam em mudanças das práticas nos serviços de saúde e se estas induzem mudanças nos indicadores. Resultados: Foram entrevistados 2.529 usuários hipertensos ou diabéticos em amostra aleatória e censo sobre os 329 profissionais das equipes de saúde. Na população, 68% são mulheres; 50% têm menos de 65 anos, e 50% menos de 6 anos de escolaridade. Um terço dos hipertensos tem diabete associado. Metade se sabe hipertenso há mais de 10 anos. Dois terços consultaram médico no último ano, 20% são acompanhados por enfermeira. Menos de 10% participam de grupos educativos. Conclusões: O estudo de linha de base permitiu estabelecer o perfil dos hipertensos e diabéticos e quais os aspectos onde se esperaria melhores resultados. Estas informações orientaram a primeira atividade educativa às equipes realizadas a partir de maio de 2011. Em março de 2012 nova aferição dos indicadores e entrevistas com os profissionais permitirá identificar possíveis melhoras da atenção à saúde e seus resultados.