Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE NO SERVIÇO AMBULATORIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM HOSPITAL DE ENSINO NA CIDADE DE PORTO ALEGRE/RS
Andrea Rosa Jardim, Daniela . Esteves, Lilian Day Hagel, Maria da Glória Telles da Silva, Zinid Ricardo Diniz, Priscila Coelho Amaral, Leonardo Vasconcelos Severo, Carla Rufonni Ketzer, Wiliam Graffetti Penafiel, Sandra Maria Evers

Resumo


Em 2011, tendo em vista as necessidades apreendidas no serviço ambulatorial de uma hospital de ensino na cidade de Porto Alegre e a fragilidade do sistema em relação a fragmentação da atenção à saúde do usuário,com intuito de repensar o processo de trabalho para construção e transformação das práticas em saúde para melhor qualificar a atenção à saúde das pessoas, pensou-se em realizar uma oficina de capacitação para os profissionais que atuam no ambulatório de especialidades, proporcionando reflexão sobre o sentido do conhecimento para aprimoramento do cuidado pautado nas necessidades em saúde das pessoas em sua totalidade. A partir da problemática emergente, pensou-se estrategicamente em compor uma metodologia para sensibilizar os trabalhadores e estabelecer uma reflexão sobre o processo de trabalho em saúde no serviço ambulatorial,participaram 30 trabalhadores do serviço ambulatorial de profissões distintas. Optou-se por apresentação expositiva de conteúdos e momentos de diálogos, motivados por questões problematizadoras sobre o cotidiano do trabalho dos profissionais, compondo o método com exposição de casos e situações vivenciadas com os usuários. A experiência da oficina trouxe aos mediadores da atividade a certeza que a finalidade do trabalho em saúde envolve a realidade dos seres humanos em espaços relacionais, sentimentos e cognições. Foi possível compreeender que no trabalho em saúde há limites e possibilidades na forma de objetivar o conhecimento. Com relação aos profissionais participantes, os mesmos relataram a dificuldade em serem resolutivos no serviço ambulatorial, colocam que as ações são condicionadas pela pressão da demanda e pelo tempo escasso para atendimentos dos usuários, dificultando as relações da equipe e do profissional com o usuário.O trabalho torna-se prescritivo,pautado nas normas institucionais, prejudicando a co-responsabilização dos profissionais em torno dos problemas dos usuários. Pode-se compreender que os profissionais sentiram-se beneficiados pela oferta do espaço de reflexão,pela oportunidade em trazer para oficina suas experiências e compartilhar com outros colegas os fatos do cotidiano. O efeito positivo tornou-se evidente quando os profissionais presentes compreenderam que as responsabilidades devem ser compartilhadas independente da formação acadêmica ou atuação profissional. Ficou sugerido a recomendação para sistematização dos encontros, devendo ser pauta para os gestores do serviço em 2012. As sugestões do grupo de trabalhadores, fortalece a idéia da necessidade para desenvolvimento da educação permanente para discussão do cotidiano do trabalho, imprescindível para rever práticas e torná-las positivas no serviço ambulatorial.