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Com a Reforma Psiquiátrica surge a necessidade de modificações na formação para a saúde mental, saindo de uma concepção ‘psiquiátrica’ para uma de atenção psicossocial. Desde a III Conferência Nacional de Saúde Mental, em 2001, há uma preocupação com esse processo de formação. Pelo relatório desta conferência, divulgado em 2002, pretende-se ampliar as instâncias de capacitação dos diferentes agentes do cuidado no campo da Saúde Mental, para além das universidades e exigir, nas três esferas de governo, bases para criar programas estratégicos interdisciplinares e permanentes de formação em saúde mental para o SUS, promovendo qualificação, atualização, e, dentre outros, cursos de pós-graduação, incluindo as residências. Já na IV Conferência Nacional de Saúde Mental, em 2010, fica evidente uma maior preocupação com a implantação, ampliação e qualificação dos programas de residências multiprofissionais e uniprofissionais em Saúde Mental e Saúde Coletiva, incluindo profissões de outras áreas que não a saúde, com inserção do núcleo medicina nos programas multiprofissionais. Além disso, propõe-se a formação em serviços públicos da rede substitutiva e na lógica transdisciplinar, extinguindo dos programas as práticas em hospitais psiquiátricos. Em Recife, pode-se perceber que a necessidade de criação de um Programa Multiprofissional de Residência em Saúde Mental está presente na Conferência Municipal de Saúde de Recife de 2009. Desta forma, o estado de Pernambuco, com apoio da Universidade de Pernambuco (UPE) e parceria dos municípios de Recife, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho, inicia sua primeira Residência Multiprofissional em saúde mental, voltada para educação pelo trabalho em serviços substitutivos, com uma maior integração com a Atenção Básica em saúde. O programa compreende Assistentes Sociais, Enfermeiros, Terapeutas Ocupacionais, Profissionais de Educação Física e Psicólogos, ampliando o olhar sobre a política e atuação nos serviços de saúde mental. As atividades são desenvolvidas nos NASFs, CAPSad, CAPSi, CAPS III e/ou CAPS II e possibilita uma maior circulação no território, o que colabora com as mudanças de paradigma no cuidado em saúde mental oferecido no estado.