Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Programa de hipertensão de uma unidade básica de saúde: avaliação da estrutura, processo e resultado
Rita de Cássia do Nascimento Ferreira, Jennara Cândido do Nascimento, Lívia Moreira Barros, Rosa Aparecida Nogueira Moreira, Natasha Marques Frota, Ludmila Alves do Nascimento, Priscila Fontenele de Paula, Joselany Áfio Caetano

Resumo


A atenção básica (AB) tem sido definida como um conjunto de ações de cunho individual ou coletivo, inseridas na atenção primária dos sistemas de saúde, voltadas à promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação. No cuidado de pessoas hipertensas, a atenção básica é fundamental para minimizar possíveis complicações e reduzir os índices de mortalidade ocasionados por regime terapêutico inadequado. Objetivou-se avaliar o atendimento em nível primário aos pacientes hipertensos de uma unidade básica de saúde (UBS) no Município de Fortaleza/CE. Estudo composto por triangulação de técnicas realizada no período de agosto a outubro de 2008, através de uma a entrevista semiestruturada e observação, com 42 hipertensos cadastrados no serviço. Os resultados foram apresentados de maneira descritiva, de acordo com as fases do processo de avaliação de Donabedian. O estudo obedeceu aos aspectos éticos e legais da Resolução 196/96 (CEP 017/2005). Na avaliação dos resultados, constatou-se que a unidade estava em funcionamento há 11 anos, em dois turnos, e localizava-se em uma área urbana de fácil acesso, atendendo a uma população de 14.800 habitantes. A estrutura física da instituição apresentava as seguintes deficiências: climatização ineficaz do ambiente interno, quantitativo de bancos da sala de espera incompatíveis com a demanda, falta de banheiro na maioria dos consultórios e falta de sala disponível para atividades de educação em saúde. Diversos serviços estavam à disposição na UBS e frequentemente eram utilizados pelos hipertensos, tais como: rastreamento e controle do diabetes, exames de prevenção ginecológica, prevenção de câncer de próstata, consultas de clínica geral, vacinação, verificação da pressão arterial, consultas odontológicas e administração de medicamentos. Quanto à terapia medicamentosa, foi verificado que a população adere inadequadamente à terapêutica, além de não aferirem pressão arterial como rotina. Vale ressaltar a presença de fatores socioeconômicos desfavoráveis, aumentando a vulnerabilidade desses pacientes à ocorrência e agravamento de doenças cardiovasculares. Os achados concluem a inadequação do serviço aos parâmetros investigados, reforçando a necessidade de atuação para alcançar a excelência em serviço.