Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Terapia Comunitária Integrativa e Biodanza: Novas Possibilidades Epistemológicas e Metodológicas na Pesquisa em Educação Popular ?
Márcia Rique Carício, Elisa Pereira Gonsalves

Resumo


A necessidade de uma compreensão crítica diante dos problemas sociais tem colocado educadores e educadoras diante do desafio da universalização de uma educação de qualidade. Ao campo da Educação Popular coube historicamente a tarefa de cultivar uma sensibilidade social necessária para uma reorientação das práticas educativas. Esse foi, desde o final da década de 50, o desejo que impulsionou os sujeitos da Educação Popular. Quando se trata de Educação Popular, cujos objetivos estão voltados para a realização de um processo de emancipação, o conhecimento significa, essencialmente, o desenvolvimento da compreensão a partir dos saberes populares. Neste sentido, o conhecer está indissociavelmente ligado às práticas populares desenvolvidas, muitas vezes de forma transgressora e que alimentam novas formas de pensar o campo da Educação Popular. Refletir sobre processo de conhecimento, e, por conseguinte, de aprendizagem, é falar da construção de significados conferidos pelos grupos populares, e da produção de novas compreensões, incluindo aí a concepção científica. Nesse sentido, objetiva-se investigar a Terapia Comunitária Integrativa e a Biodanza como ferramentas epistemológicas e metodológicas na pesquisa em Educação Popular. Cabe destacar que a importância de aprofundar teoricamente os paradigmas científicos está no fato de que eles não se restringem ao mundo acadêmico ou aos laboratórios. De fato, os paradigmas compõem a nossa interpretação do mundo e organiza a narrativa da nossa própria história, quer seja pessoal, social ou política. A ciência, como uma atividade muito complexa, compreende uma visão de mundo, uma metodologia, demandas de aplicação, financiamento, avaliações pelos pares e pela sociedade envolvente. Além disso, ela foi se transformando, ao longo do tempo, em resposta às questões que se lhe impunham. Neste sentido, as visões de ciência vigente, decorrem de experiências particulares ou de concepções anacrônicas construídas em situações específicas, que definem parcialmente a sua natureza.