Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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TRABALHO DE CAMPO SUPERVISIONADO I – EXPERIÊNCIA DO GRUPO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE NA INTEGRAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO MÉDICA, SERVIÇO DE SAÚDE, COMUNIDADE E ESCOLA.
Thaís Sayuri Yamamoto, Mônica Tereza Christa Machado, Juliana Marin, Renata Rosental, Fábia Lisboa de Souza, Sandra de Matos Botelho da Costa

Resumo


A disciplina Trabalho de Campo Supervisionado I, oferecida aos alunos do primeiro ano de medicina, visa a uma educação médica voltada para uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, de profissionais capacitados a atuar no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania. Para isto, um dos campos de prática eleito trata da “Atenção à Saúde do Adolescente”, em que semestralmente estão inseridos 10 a 13 alunos, acompanhados por um preceptor. A fundamentação teórica se dá através da leitura de textos sobre integralidade, metodologia participativa, abordagem qualitativa em saúde, e temas específicos relacionados à adolescência, que incluem: orientação profissional, direitos sexuais e reprodutivos, gestação na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis, orientação nutricional e drogas. No campo, os futuros médicos são estimulados a construírem o conhecimento junto aos adolescentes-estudantes de 11 a 17 anos de um colégio estadual, e em parceira com os professores desta instituição e os profissionais atuantes em um módulo do Programa Médico de Família e nas organizações não-governamentais inseridas em um bairro de Niterói. A construção coletiva das atividades de campo, com a contemplação mútua de interesses, através de oficinas, palestras e atividades lúdicas como exibição de filmes, peças teatrais e gincanas educativas, rompe com práticas costumeiramente adotadas, fundamentadas na separação entre academia e serviço. Ao final de cada semestre, os alunos percebem que a dificuldade maior é reconhecer os adolescentes como agentes de sua própria realidade, e participar da formação de cidadãos com mais autonomia, responsabilidade e conhecimento. Além disso, adquirem mais ferramentas para atuarem junto à comunidade, incorporando em sua prática princípios fundamentais como o vínculo e a responsabilização, a intesertorialidade, e a promoção da cidadania. Acreditamos que uma educação médica fundamentada numa prática educacional que privilegie saberes outros que não e tão-somente o saber docente rompe dicotomias e estimula a articulação das diversas esferas que envolvem o processo de formação, favorecendo a construção de um conhecimento de maneira coletiva e pactuada com as demandas sociais, na perspectiva da consolidação da integralidade na saúde.