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O estudo teve como objetivo analisar as transformações no ensino de enfermagem de cursos de graduação do estado de Minas Gerais, a partir da expansão do ensino superior. Trata-se de estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa. Os dados empíricos foram coletados por meio de 36 grupos focais, com professores e alunos de instituições de ensino públicas e privadas. Os dados foram submetidos à Análise de Conteúdo Temática. Os resultados permitem indicar que há movimentos de mudança no ensino de enfermagem, caracterizados pela construção de projetos pedagógicos e matrizes curriculares que atendam às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), com foco na formação crítica e contextualizada à realidade e maior integração entre as disciplinas. As estratégias de inovação indicadas pelos participantes incluem adoção de metodologias problematizadoras; inclusão de novos campos de ensino-aprendizagem com ênfase em ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, estímulo a atividades complementares de ensino. A importância da pesquisa foi reconhecida em todas as instituições, porém há um investimento efetivo nas instituições públicas, com escassez de oportunidades nas instituições privadas e/ou de criação recente. Destaca-se a inserção em programas como PRO-SAÚDE e PET-SAÚDE como estratégias que têm possibilitado um novo modo de ensinar com projetos integrados, interdisciplinares e intersetoriais. Além disso, aponta-se o investimento dos cursos com a inserção precoce dos alunos em cenários de prática, o que agrega mais qualidade à formação por permitir, segundo os sujeitos da pesquisa, vivenciar a rede, levantar as necessidades da população, proporcionar uma formação voltada para os princípios do SUS e para as políticas públicas. Os participantes relatam o desafiante processo de mudança que exige envolvimento dos professores, transformação de paradigmas e conceitos e ruptura com as estruturas postas. Para superar esses desafios, os cursos têm implementado capacitação docente acerca de novas metodologias de ensino e “vivências” dos professores nos campos de estágio para aproximação com a realidade dos serviços. Conclui-se que há transformações na educação em enfermagem com reconhecimento da necessidade de articulação teoria e prática nos Cursos. Visualiza-se que as propostas de mudanças são consoantes com as necessidades de saúde da população e com as demandas do mercado de trabalho em saúde.