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Como docente na disciplina de Trabalho de Campo Supervisionado I do primeiro período da faculdade de medicina, introduzo o aluno em uma experiência de campo na rede hierarquizada de serviços de saúde, ampliando a participação deste em atividades práticas, na área do Envelhecimento e Vida. E, neste trabalho fazemos agenciamentos estratégicos na transdisciplinaridade, nos vários espaços de vivências do ato de cuidar do idoso aumentando as possibilidades da construção de novos conhecimentos decorrentes das trocas de experiências e saberes. Na disciplina são criadas várias situações em sala de aula e nos espaços articulados na prática que vão sendo processados concomitantemente, desencadeando uma trama apresentada nas experiências de atores – encontros de atividades existentes nas instituições com diferentes grupos de idosos e o grupo de alunos da medicina – que se desenvolve, dando ritmo à teia, através de uma rede de pontos de convergência em tensões e/ou conflitos que vai nos projetar a heterogêneos processos de subjetivação e de singularização. Em nossas atividades de campo tomamos o exemplo de duas experiências que nos afetaram na intensidade do vivido, e fizeram intercessão com a nossa disciplina. A oficina de psicomotricidade e cinema com a professora Cristie, e outra a oficina de psicomotricidade com a professora Paolla. Entendemos que é preciso o estimulo à criatividade do idoso potencializando a Vida considerando o ato criativo um ato corajoso e de liberdade para novos modos de viver a vida, não mais cristalizados no tempo. Esta oficina trabalha com as imagens, através de cenas de filmes, trabalha o sensório-motor deste indivíduo, no qual este processo de criação se mistura, na própria forma de como o idoso concebe a Vida. São situações de sua vida, presentes em sua memória, em seus sonhos, que de alguma forma deflagram no filme, acontecimentos. Deflagra “atos de criação”. A segunda experiência vai se apoiar na psicomotricidade, centrando o olhar a partir da comunicação e da expressão do corpo, no intercâmbio e no vínculo, na relação com o grupo e na singularidade de cada indivíduo. Os alunos de medicina que vivenciaram estas atividades se expressam: Velhice, contradição e vida: infelizmente, apresenta-se contraditório vermos um idoso que extravasa de maneira tão viva, o seu direito de viver! Sim... na verdade, somos nós que estamos embebidos pela contradição de se achar que a vida do idoso é sinônima de não se viver.